Caracas terá cortes diários de energia
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
France Presse
Caracas - Caracas terá cortes diários no fornecimento de eletricidade, por períodos de até quatro horas, para racionar energia, anunciou ontem o governo do presidente Hugo Chávez, diante de um colapso do sistema. ''Para a Grande Caracas foram definidos seis blocos, onde vamos aplicar racionamentos máximos de quatro horas'', explicou Javier Alvarado, presidente da estatal Electricidad de Caracas.
O racionamento será aplicado por zonas, que estarão afetadas ''uma vez a cada dois dias e em horários alternados, durante o dia e a noite''. A princípio, os cortes seguirão até de maio, quando se espera o início da temporada de chuvas no país.
Na Venezuela, quase 70% da eletricidade produzida vem da hidrelétrica de Guri, cujo nível caiu nove metros em relação ao volume normal, segundo as autoridades. O governo Chávez aplica um severo plano de racionamento, que tem por objetivo reduzir em 20% o atual nível de consumo. Desde o dia 1º de janeiro, fábricas e centros comerciais estão submetidos a limites de consumo elétrico, que restringem, inclusive, o horário de funcionamento dos shoppings.
A energia elétrica fornecida aos centros comerciais foi limitada ao horário entre as 11 e 21 horas. Além deste horário, os shoppings devem fechar ou gerar sua própria energia. Cassinos e bingos estão submetidos a outro horário de restrição do fornecimento elétrico, de seis da tarde à meia-noite.
O consumo de energia nos shoppings e indústrias leves não pode superar os 2 megawatts, com limite de 5 megawatts para as indústrias pesadas. Um decreto determina que estes estabelecimentos apliquem planos para poupar ao menos 20% em relação ao atual consumo, sob a supervisão do recém-criado ministério da Energia Elétrica, que tem poder para aplicar multas sobre o valor das contas e até para fechar estabelecimentos.
A demanda de eletricidade na Venezuela supera os 16.500 megawatts, muito além da atual capacidade de geração. Segundo os analistas, o setor elétrico exigirá investimentos de 18 bilhões de dólares até 2014.