de Buenos Aires
O presidente destituido do Equador, Abdalá Bucaram, chegou ontem de madrugada a Buenos Aires e afirmou que seu país está sendo governado por uma ‘‘ditadura amparada por alguns elementos da sociedade civil’’. Em rápidas declarações no aeroporto internacional de Ezeiza, onde chegou vindo do Panamá, em visita privada, o ex-mandatário qualificou de ‘‘golpe de Estado’’ a atitude do Parlamento contra ele.
‘‘Sou o Presidente, pois nunca me derrotaram em eleições e agora há uma ditadura no Equador’’, disse Bucaram, para reiterar que pretende recuperar o cargo tirado dele pelo Parlamento.
O Presidente deposto, de origem libanesa, está em viagem pela América Latina em busca de apoio político para reverter a situação em seu país. Ontem, ele foi recebido por seu amigo, o presidente Carlos Menem (de origem síria), com quem almoçou.
Quarta-feira de manhã, Menem havia mantido seu reconhecimento a Bucaram como Presidente. No entanto, ao longo do dia e através de um comunicado, sentiu-se uma alteração na posição argentina, sem mencionar o eleito Fabián Alarcón nem Bucaram.
Em uma declaração transmitida da sede do Governo, Menem ratificou seu compromisso irrestrito como cidadão e como Presidente em defesa da paz e do sistema democrático no Equador.
Ele destacou também que a destituição de um Presidente democraticamente eleito sem o cumprimento de todas as garantias do processo causa danos à vontade soberana do povo que o elegeu.
O documento, intitulado Declaração de Salvaguarda do Sistema Democrático da República do Equador, enfatizou ainda: ‘‘Ratificamos nosso compromisso com a democracia equatoriana’’.
‘‘Sem vontade de interferir na vida interna do país, sinto a responsabilidade de ratificar nosso compromisso irrestrito, como cidadão e como Presidente, em defesa da paz e do sistema democrático’’, destacou.