Brasileira de 116 anos é a pessoa mais velha do mundo
A freira Inah Canabarro Lucas assumiu o posto com a morte da japonesa Tomiko Itooka, cujo anúncio aconteceu neste sábado
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sábado, 04 de janeiro de 2025
A freira Inah Canabarro Lucas assumiu o posto com a morte da japonesa Tomiko Itooka, cujo anúncio aconteceu neste sábado
Carlos Villela - Folhapress
A japonesa Tomiko Itooka, considerada a pessoa mais idosa do mundo, morreu aos 116 anos, anunciou neste sábado (4) a administração da cidade de Ashiya, onde ela residia. Itooka faleceu em 29 de dezembro em uma residência de idosos onde vivia desde 2019, disse o prefeito da cidade situada no sul do Japão.
Com a morte de Itooka, a pessoa mais velha do mundo passa a ser a freira gaúcha Inah Canabarro Lucas, que nasceu 16 dias depois da japonesa. As datas foram confirmadas pelo Longeviquest, instituto especializado na conferência de dados de pessoas supercentenárias (com mais de 110 anos) pelo mundo.
Inah Canabarro Lucas é natural de São Francisco de Paula, na serra gaúcha, e vive em um convento da congregação das Irmãs Teresianas em Porto Alegre. Ela descendente do general David Canabarro, uma das lideranças da Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul.
Ela se tornou freira em 1929 em Montevidéu, e foi professora de português e matemática no Rio de Janeiro na década de 30. Nos anos 40 voltou ao Rio Grande do Sul, morando em cidades da fronteira Oeste até se mudar definitivamente para Porto Alegre em 1980.
Torcedora do Internacional, Inah recebeu em 2018 uma bênção apostólica do Papa Francisco em comemoração aos seus 110 anos completos. Em 2021, foi uma das primeiras pessoas a tomar a vacina contra a Covid-19 no Brasil. Chegou a ser hospitalizada em 2022 devido à doença, mas se recuperou.
'CORAGEM E ESPERANÇA'
Nascida em 23 de maio de 1908 em Osaka, Tomiko Itooka tinha quatro filhos e cinco netos e foi reconhecida como a pessoa mais idosa do mundo após a morte, em agosto de 2024, da espanhola María Branyas Morera, aos 117 anos.
"A senhora Itooka nos deu coragem e esperança através de sua longa vida", declarou em um comunicado o prefeito de Ashiya, Ryosuke Takashima, de 27 anos. "Agradecemos por isso".
A mulher, que tinha dois irmãos, viveu guerras mundiais e pandemias, assim como avanços tecnológicos. Quando era estudante, jogou vôlei e na velhice gostava de comer bananas e tomar Calpis, uma bebida láctea popular no Japão, segundo o comunicado do prefeito.
NO JAPÃO
No Japão, as mulheres tendem a desfrutar de uma vida longa, no entanto, o país está enfrentando uma crise demográfica cada vez pior, pois o aumento da população idosa eleva os custos médicos e sociais, com uma força de trabalho cada vez menor para pagar por eles.
Em setembro, o Japão tinha mais de 95.000 pessoas com 100 anos ou mais, 88% das quais eram mulheres.
Dos 124 milhões de habitantes do país, quase um terço tem 65 anos ou mais.
(Com France Presse)