Déli (Índia) - O governo brasileiro tem como meta aumentar para US$ 1 bilhão em cinco anos a exportação de armamentos para Índia, o segundo maior importador do mundo de produtos de defesa. No sábado (25), Brasil e Índia anunciaram a assinatura de 15 acordos comerciais. Segundo Marcos Degaut, secretário de produtos de defesa do Ministério da Defesa, o Brasil está na fase final de negociação de dois acordos de defesa com a Índia, que serão assinados nos próximos meses pelo ministro da pasta, Fernando Azevedo. Um deles prevê um fundo para financiar projetos estratégicos, produção e exportação de produtos resultantes. O outro é para cooperação no desenvolvimento e comercialização de equipamentos de defesa.

"A base industrial de defesa do Brasil quer ter acesso ao gigantesco mercado indiano e, por conseguinte, ao mercado asiático, além de formar de parcerias estratégicas para desenvolvimento tecnológico, captar investimentos e desenvolver instrumentos de financiamento à exportação", diz Degaut. Ao lado do secretário da defesa da índia, Ajay Kumar, Degaut abrirá nesta segunda-feira (27) o Primeiro Diálogo da Indústria de Defesa Brasil-Índia.

Uma delegação de empresários de dez grandes empresas de armas, munição, vigilância e aviação (Altave, Atech, Avibras , CBC, Condor, Embraer, Iveco, Macjee, Omnisys e Taurus) acompanha a comitiva do presidente Jair Bolsonaro na visita oficial à Índia. A Taurus, empresa brasileira que é uma das três maiores produtoras de armas leves do mundo, está em fase final de negociação de uma joint-venture com a siderúrgica indiana Jindal. Quando concretizada a joint-venture, a Taurus passará a fabricar revólveres e pistolas para os mercados civil e militar do país. Para o mercado militar, também vai participar de licitações para armas táticas.

O projeto faz parte de um plano do governo brasileiro de facilitar e incentivar o setor de equipamentos de defesa. Em 2019, o Brasil registrou aumento de 30% nas autorizações de exportações de produtos de Defesa, em relação a 2018 – um salto de US$ 915 milhões para US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões).