Brasília - O país do samba e do carnaval. É assim que a maioria dos estrangeiros conhece o Brasil. O governo brasileiro, em parceria com o governo da França, está disposto a mostrar ao mundo um país diferente e o Espaço Brasil, em Paris, tem esse objetivo. Uma das ações mais importantes do governo no Ano do Brasil na França, o espaço mostra aos franceses a diversidade e modernidade da cultura brasileira. Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugura a exposição ''A Unesco e o Brasil'' (veja infográfico).
Desde o dia 25 de junho, quando foi aberto o espaço, os visitantes têm a oportunidade de ver shows, peças de teatro, filmes, espetáculos de dança e exposições de artes plásticas, fotografia e artesanato. Já passaram pelos palcos do local as cantoras Bete Carvalho, Adriana Calcanhoto e músicos do Projeto Pixinguinha da Fundação Nacional de Arte (Funarte). ''O público estrangeiro é preso ao samba, a mulata, ao carnaval e desconhece nossas outras artes'', explica a produtora do Espaço Brasil, Virgínia Casé.
Montado no Carreau du Temple, pavilhão tombado de 2.400 metros quadrados no tradicional bairro parisiense Marais, o Espaço Brasil traz a Mostra Nacional, organizada pela Funarte e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Entre os trabalhos apresentados estão peças do artista plástico mineiro Amílcar de Castro, morto em 2002, e 90 bancos de madeira produzidos por 17 nações indígenas. Virgínia Casé destaca que o Espaço Brasil tem sido uma oportunidade para artistas desconhecidos mostrarem seu talento, como os jovens do Projeto Pixinguinha, criado em 1977.
Segundo ela, a recepção do público francês superou as expectativas da organização do evento. ''A gente já sabia que ia ter uma boa recepção, mas tem sido mais do que boa'', diz, acrescentando que mais de 1.500 pessoas assistiram ao show de Bete Carvalho no último domingo, ''mas um monte de gente ficou do lado de fora querendo entrar''.
A partir de 23 de julho, a mostra nacional dará lugar às bandas e trabalhos de sete estados (Amazonas, Tocantins, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Pernambuco). Cada estado terá uma semana para apresentar sua cultura. Cerca de R$ 30 milhões foram investidos no Espaço Brasil, segundo a produtora. Ela acrescentou que todas as instalações foram produzidas no Brasil e montadas com mão-de-obra brasileira. Virgínia Casé adiantou ainda que existe a possibilidade do Espaço Brasil se tornar um projeto itinerante, ou seja, ser levado para outros países.
O Espaço Brasil fica aberto até o dia 11 de setembro e funciona de terça-feira a quinta-feira e domingo, do meio-dia às 23h, e na sexta-feira e sábado, até a meia-noite. A entrada é franca.