Avião indiano é libertado após 8 dias
PUBLICAÇÃO
sábado, 01 de janeiro de 2000
Ramola Talwar Badam
Associated Press
De Nova Délhi
Passageiros libertados do sequestro de oito dias no Afeganistão foram recebidos e carregados nos ombros por seus familiares, ontem depois de retornarem à Índia. O primeiro-ministro, Atal Behari Vajpayee, foi ao aeroporto internacional Indira Gandhy, para recepcionar os 155 reféns, que foram sequestrados e levados no dia 24 de dezembro à cidade de Kandahar, no Afeganistão.
Tantas vezes eu pensei que nunca voltaria vivo, disse o passageiro Rajiv Ahuja. Vajpayee conseguiu a liberdade dos reféns negociando a saída da prisão de três homens condenados por terrorismo na região da Caxemira, uma região do Himalaia disputada pela Índia e Paquistão.
A multidão de familiares, polícia e jornalistas aplaudiu e carregou os passageiros à medida que iam chegando, após uma hora de vôo. Policiais escoltaram os passageiros até suas casas em motocicletas com luzes e sirenes acionadas.
Muitos dos passageiros, que passaram oito dias no avião, sem comida, água, luz ou aquecimento foram levados de ambulância para hospitais. Os passageiros disseram que ficaram, a maior parte do tempo, com os olhos vendados. Um indiano foi assassinado logo após que o sequestro começou, no Natal.
O sequestro terminou em Kandahar ontem, pela manhã, quando cinco sequestradores portando pistolas, saíram do avião da Indian Airlines e partiram do aeroporto de carro.
O mais longo sequestro, em mais de uma década, demonstra a natureza volátil do conflito na Caxemira, onde militantes muçulmanos estão lutando pelo fim do controle indiano em parte da região. Os nomes e a nacionalidade dos sequestradores ainda permanecem um mistério.
Os sequestradores exigiam a libertação de 35 militantes islâmicos e de um clérigo presos na Índia por levantarem fundos e organizarem treinamento para a luta na Caxemira. Não há desculpas para o terrorismo, Singh disse. A Índia concordou em libertar os três prisioneiros em troca dos reféns.
Quando os sequestradores deixaram o aeroporto, eles levaram um dos reféns, um soldado do Taleban, grupo fundamentalista islâmico que controla a maior parte do Afeganistão. O Taleban prometeu não perseguir os sequestradores por dez horas, desde então não houve mais informações sobre onde os sequestradores poderiam estar. Eles poderiam tentar se esconder no Afeganistão, ou poderiam cruzar a fronteira com o Paquistão ou o Irã.