O ajuste fiscal de quase US$ 2 bilhões, com medidas que devem ser implementadas por decreto presidencial, não deve eliminar a necessidade de um pacto de governabilidade entre o governo do presidente Fernando de la Rúa, os partidos de oposição (peronistas e cavallistas) e setores insatisfeitos da própria Aliança (UCR e Frepaso).
Em troca dessa ‘‘blindagem política’’, como foi chamada ontem pela primeira vez pelo jornal ‘‘Ambito Financiero’’, o governo anteciparia as eleições para o Senado de outubro para julho, além de incluir, nessa proposta, o cargo de vice-presidente, que se encontra vago desde a renúncia, em outubro do ano passado, de Carlos ‘‘Chacho’’ Álvarez.
Sem citar fonte alguma, o jornal afirma que o governo vem discutindo, nas últimas horas, uma reunião com as principais lideranças dos partidos políticos já no início da próxima semana.
Entre os convidados estariam, inclusive, o ex-presidente Carlos Menem, desafeto de Carlos Ruckauf, governador de Buenos Aires e um dos futuros presidenciáveis pelo Partido Justicialista (peronista).
Domingo Cavallo, presidente do Acción por la República, seria convidado pelo próprio ministro Ricardo López Murphy. Os dois vão se encontrar hoje em Santiago, durante a reunião anual do BID.
- Outros detalhes sobre a crise argentina na Folha Economia.