O presidente palestino, Yasser Arafat, apresentou, ontem, um gesto de boa vontade ao dizer que renuncia à violência e que deseja negociar com Israel a questão de um Estado palestino. ‘‘Queremos resolver qualquer divergência ou disputa sobre o estatuto final dos territórios por meio de métodos pacíficos e negociação, e por nenhum outro meio’’, disse.
O presidente palestino falou à imprensa por ocasião de sua entrevista com o presidente alemão, Roman Herzog, em Jericó (Cisjordânia).
Esta declaração parece destinada ao primeiro-ministro israelense Benjamín Netanyahu, que garantiu que não aplicaria o acordo de retirada da Cisjordânia enquanto Arafat não renunciasse de forma pública e inequívoca à violência.
‘‘Quero assegurar que a paz no Oriente Médio é nosso compromisso mais firme, assim como os acordos que concluímos com Israel’’, declarou Arafat.
‘‘Nós continuaremos cooperando com Israel para enfrentar a violência e qualquer uso da força’’, acrescentou o dirigente palestino.
‘‘O mais importante é aplicar honestamente e ao pé da letra o que foi acertado em Wye Plantation. Nós o faremos por nossa parte e esperamos que a outra parte também o faça’’.
‘‘Esperamos que a aplicação da retirada militar israelense tenha início na próxima quinta ou sexta-feira’’, acrescentou.
O primeiro-ministro israelense Benjamín Netanyahu classificou de positivas as declarações feitas ontem por Arafat.
‘‘Considero positivas as declarações de Arafat, comprometendo-se em resolver os problemas por via da negociação, a renunciar à violência e a cooperar com Israel na luta contra ela’’, afirmou Netanyahu durante uma reunião pública em Jerusalém.
No entanto, o primeiro-ministro não precisou se ainda tem intenções de adiar a aplicação do acordo de Wye Plantation, tal como anunciou depois da declaração de Arafat no domingo passado. Netanyahu continua fazendo suspense sobre a aplicação do acordo que estipula uma retirada israelense de 13% da Cisjordania.