São Paulo - Os governos de Alemanha, França e Holanda anunciaram neste sábado (26) que enviarão armas para ajudar a Ucrânia a se defender da invasão russa, aumentando seu envolvimento na guerra iniciada há dois dias no país do Leste Europeu.

As autoridades de Berlim prometeram enviar mil lançadores de foguetes antitanque e 500 mísseis terra-ar para Kiev. Segundo o comunicado, a entrega será feita "o mais rápido possível".

"A invasão russa marca um ponto de virada. É nosso dever fazer o nosso melhor para apoiar a Ucrânia na sua autodefesa contra o Exército invasor de Putin", escreveu o premiê alemão, Olaf Scholz, no Twitter.

A decisão marca uma mudança em uma política em vigor há algumas décadas em Berlim de não exportar armamentos, mesmo aqueles defensivos, para regiões de conflito.

Mais cedo neste sábado, a Alemanha havia autorizado a Holanda a enviar 400 lançadores de granada de fabricação alemã para a Ucrânia. Países compradores de armas da Alemanha precisam pedir autorização às autoridades de Berlim fazer esse tipo de envio.

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A Holanda também anunciou o envio de 200 mísseis terra-ar e 50 armas antitanque, com 400 munições, para a Ucrânia.

Por sua vez, o governo francês afirmou que enviará armas defensivas e combustível para apoiar as Forças Armadas da Ucrânia. O governo do presidente Emmanuel Macron ainda disse que irá endurecer as sanções econômicas contra a Rússia.

O presidente do Con selho Europeu, Charles Michel, afirmou no Twitter que a União Europeia irá facilitar a entrega de ajuda militar à Ucrânia, sem apresentar detalhes sobre a medida.

Os anúncios de envio de armas ocorreu no mesmo dia em que a Alemanha mudou de posicionamento sobre restringir o acesso da Rússia ao sistema global de pagamentos Swift e passou a apoiar sanções ainda mais rígidas. O país já congelou o processo de licenciamento do gasoduto Nord Stream 2 e apoiou punições aprovadas no âmbito da União Europeia.

RÚSSIA ISOLADA

Também neste sábado, o premiê britânico, Boris Johnson, telefonou para o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e os dois líderes concordaram que a Rússia precisa ser isolada "completamente, diplomaticamente e financeiramente", segundo informou um porta-voz do governo de Londres.

Eles sinalizaram apoio ao movimento para restringir o acesso da Rússia ao Swift.

Se concretizada, a restrição ao Swift deve dificultar empresas russas de fazerem negócios, já que o sistema facilita a comunicação e os pagamentos no comércio internacional. O corte também é apoiado por países como Itália, Grécia e Hungria. Segundo o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, uma decisão sobre o Swift pode acontecer nos "próximos dias".

Em mais um sinal do isolamento crescente de Moscou, outros países europeus anunciaram neste sábado o fechamento de seus espaços aéreos para voos da Rússia.

Estônia, Látvia, Romênia, Eslovênia e Lituânia avisaram que baniriam as companhias aéreas russas. A República Tcheca fechará seu espaço aéreo a partir do domingo (27). Bulgária e Reino Unido já haviam anunciado medidas parecidas.

A pressão internacional busca enfraquecer a Rússia após o presidente Vladimir Putin autorizar a invasão da Ucrânia na última quinta-feira (24). Os confrontos chegaram neste sábado ao centro de Kiev.

O objetivo declarado do Kremlin é oferecer apoio a rebeldes no leste ucraniano, mas autoridades russas já sinalizaram que pretendem derrubar o governo e retomar o controle político sobre o vizinho.

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