Foi da ideia da filha, então com 12 anos, que surgiu a startup de Ronaldo Couza, um app de captação de talentos no futebol - o SafeSoccer. Assistindo ao irmão, Lucas Lopes Couza, hoje com 11 anos, jogar futebol, Gabriela Lopes Couza, sugeriu ao pai, empresário na área de tecnologia, que ele criasse um banco de dados de jogadores para times interessados. O filho hoje joga no Iate Clube e no Greminho. "É um aplicativo de captação de talentos no futebol. As escolas de futebol ou o próprio pai cadastra a criança, faz fotos e vídeos e põe dados como posição, títulos conquistados, campeonatos disputados. E os times de futebol têm acesso para buscar e avaliar os atletas."

Ronaldo Couza e os filhos: aplicativo SafeSoccer nasceu de uma sugestão de Gabriela ao assistir o irmão Lucas jogar futebol
Ronaldo Couza e os filhos: aplicativo SafeSoccer nasceu de uma sugestão de Gabriela ao assistir o irmão Lucas jogar futebol | Foto: Ricardo Chicarelli



Formado em Educação Física, Gustavo Hoewell sonhava em ensinar tênis depois de formado. Conseguiu, mas enfrentou dificuldades em conseguir um bom volume de alunos. "Eu tinha um produto muito bom, mas não tinha clientes. Não aprendi nada sobre gestão, marketing ou vendas na universidade." Ao ver que amigos passavam pela mesma dificuldade, ele idealizou um marketplace para serviços e produtos esportivos - o EsporteApp. "Será o primeiro marketplace do Brasil que vende tanto serviços - como aulas de ginástica, tênis, futebol - quanto produtos relacionados. Se o usuário quer fazer aula de tênis, ele vê na plataforma um parceiro que oferece o serviço, pode comprar produtos relacionados e já pode sair de dentro do shopping com tudo o que precisa", explica Hoewell.

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O que o EsporteApp e o SafeSoccer têm em comum é que são algumas das poucas startups de esporte em Londrina - as SporTechs -, uma área promissora e com muitas oportunidades de negócios. "Esse é um segmento com muita oportunidade de crescimento por dois fatores", enfatiza Lucas Ferreira, consultor do Sebrae Londrina. "Sempre vai ter muita movimentação financeira e uma demanda muito grande por inovação quando se trata do esporte do ponto de vista profissional, de alta performance. Quando falamos do esporte amador, essa também é uma vertente que cresce muito, pois cada dia mais o discurso das marcas, empresas, organizações, pessoas é voltado para uma vida mais saudável, e isso acaba gerando um engajamento muito grande da população para adotar novas tecnologias, novas soluções, ferramentas voltadas para a área esportiva."

Segundo mapeamento de Danhara Gomes, que é membro da comunidade de startups RedFoot, de Londrina, há apenas oito startups do gênero na cidade, sendo que cinco estão ainda em fase de ideação. No caso do SafeSoccer, Gabriela Couza desenhou o projeto e o pai pôs a mão na massa. Hoje, a ferramenta está em fase de formatação das regras de negócios, mas já está disponível na loja de aplicativos da Google. Em breve estará também na loja de apps da Apple.

A startup de Hoewell por enquanto ainda é apenas um MVP (Minimum Viable Product), em fase de validação e em busca de investidores. Para as empresas de serviços parceiras, a vantagem está na venda recorrente, com desconto automático da mensalidade no cartão de crédito do aluno sem a necessidade de fazer cobranças e sem comprometer o limite do cartão. "Diminui a inadimplência e melhora as contas a pagar e o fluxo de caixa. O negócio gira com mais facilidade e otimiza o tempo do profissional, que consegue focar mais na entrega de resultados." Para os clientes, a ideia é fazê-los se engajarem mais às atividades físicas. Ao fazer compras, os usuários ganham "fitcoins" que podem ser trocados por descontos em produtos ou serviços.

As startups e tecnologias existentes hoje no mercado informam mais do que orientam, opina Antônio Carlos Gomes, diretor da empresa Sport Training, de Londrina, além de consultor da COB (Confederação Olímpica Brasileira), presidente da Sociedade Brasileira de Treinadores de Esportes e membro e consultor do IBC (Instituto Brasileiro de Ciclismo). "Falta um pouco mais de inteligência. A tecnologia que temos hoje é de equipamento, que diz o que a pessoa fez e como. Mas nenhuma delas diz como se deve fazer. A tecnologia peca da programação do treino, não consegue identificar, dar um caminho diferente para pessoas diferentes." Para ele, a tecnologia também tem o potencial de popularizar a prática de esportes. "A tecnologia pode fazer as informações chegarem a uma quantidade maior de pessoas, e as pessoas estão acostumadas à tecnologia."

Além disso, ferramentas tecnológicas também são capazes de pode prover informações importantes sobre o setor para instituições esportivas. "As instituições esportivas do País precisam de informações da sociedade. Precisam de um grande banco de dados nacional. Com informações adequadas, elas conseguem fazer um planejamento de ações, de construção de centros esportivos, aperfeiçoamento de Recursos Humanos, implantação de projetos, compra de equipamentos."