Dentro do ecossistema de inovação de Maringá, iniciativas voltadas ao fomento do empreendedorismo e da inovação já começam a se formar em setores específicos da economia. Na Cidade Canção, pequenos ecossistemas já começam a ganhar corpo em setores como indústria, construção civil, agro e comércio.

Na construção civil, parque tecnológico será inaugurado em novembro, junto à Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Maringá
Na construção civil, parque tecnológico será inaugurado em novembro, junto à Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Maringá | Foto: Divulgação

A AEAM (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Maringá) e o Sinduscon-PR/Noroeste inauguram, durante o Conecti CBIC 2019 – Congresso Nacional de Engenharia, Construção, Tecnologia e Inovação, nos dias 21 e 22 de novembro, o Parque Tecnológico da Construção Civil. O parque ficará localizado no mesmo espaço onde hoje se localiza a AEAM. O local foi reformado e vai poder abrigar startups de construção civil, as construtechs. Haverá 23 postos de trabalho à disposição dessas empresas. O objetivo é incentivar o surgimento de empresas que desenvolvem novas tecnologias e materiais de construção.

Também estão previstos para o local a construção de outros dois pavimentos de modo que o local possa comportar, além de um espaço para as construtechs, coworking e campo de provas, uma área para exposição de soluções para a construção civil e auditórios para palestras. A obra deverá ser realizada ao longo de dois anos.

“A construção civil é o segundo setor menos digitalizado do mundo”, diz Marcos Aurélio Gonçalves, consultor do Sebrae/PR. Segundo ele, a intenção do Parque é criar um ambiente propício para interação das construtechs com profissionais e empresas do setor da construção civil e com a academia.

A construtech pode entrar no ambiente em estágio embrionário e permanecer por lá por três meses de forma gratuita, renováveis por igual período enquanto a startup ainda apresenta potencial de crescimento. Depois que ela se torna uma construtech – uma startup que já passou pela fase de validação do negócio, já constituiu empresa e avançou para o seu primeiro negócio, a startup pode permanecer no local mediante o pagamento de uma taxa pelo uso dos postos de trabalho.

AGRO

A SRM (Sociedade Rural de Maringá) deve lançar em breve um programa de aceleração das startups que participaram do hackathon da última Expoingá. No início, será realizada uma etapa de pré-aceleração em que as 22 startups que participaram da feira agropecuária poderão participar de workshops e ter contato com produtores pelo período de um mês. Ao final, elas participam de um demoday onde apresentam suas soluções para uma banca formada por produtores rurais. As dez startups mais bem preparadas avançam para a etapa seguinte - a aceleração propriamente dita, prevista para 2020.

“O mercado agrícola tem avançado a passos rápidos e cada vez é mais comum o surgimento de startups voltadas ao agro. O agro sempre se apoiou na inovação, no resultado de pesquisas e no desenvolvimento da tecnologia para poder evoluir”, diz a presidente da SRM, Maria Iraclézia de Araújo. “Hoje na era digital, precisamos encontrar soluções específicas para cada tipo de problema que surge nas diferentes atividades da área. A tecnologia digital, baseada em grande rede de dados, possibilita isso e é assim que o agro continuará avançando. Enquanto entidade de apoio ao setor, entendemos que é nosso papel fomentar a inovação”, ela continua.

Segundo ela, o objetivo é entidade é tornar Maringá um polo de Agtechs. “Temos potencial para isso, já que a nossa região é uma das grandes produtoras nacionais de alimentos e possui, portanto, um campo a ser explorado na busca de soluções que permitam ao setor se desenvolver ainda mais. A nossa grande força econômica vem do campo. Ao estimular o desenvolvimento do setor, acreditamos que vamos contribuir na geração de riqueza para todos.”

COMÉRCIO

Em 2020, a Acim (Associação Comercial e Industrial de Maringá) deve inaugurar dentro de sua sede o Inovus Acim, um laboratório de inovação, criatividade e posicionamento de marca para empresas já formadas ou em formação. O laboratório deverá incentivar e proporcionar experimentações por meio de design sprint, uma metodologia desenvolvida por uma das empresas da Google que permite, em poucos dias, testar uma ideia a partir de um problema ou desafio. “Isso vai permitir as empresas procurarem trazer novos produtos ao mercado, mudar processos ou inovarem”, afirma Michel Felippe Soares, presidente da Acim. “Como entidade representativa da classe empresarial temos esse desafio de tentar incentivar a inovação tanto interna como também fomentar surgimento crescimento de novas empresas através das startups”, ele continua.

INDÚSTRIA

O Senai mantém em Maringá o Instituto Senai de Tecnologia e Inovação com foco em Engenharia de Estrutura e uma aceleradora de startups. O objetivo é tornar a indústria mais competitiva por meio da inovação. “Através do instituto, buscamos garantir que as empresas tenham um processo fabril eficiente e um controle de qualidade preciso, que são as bases para se tornarem mais inovadoras”, comenta Felipe Couto, gerente de Tecnologia do Sistema Fiep. O Instituto oferece às empresas laboratórios e equipes para o desenvolvimento de novos produtos ou melhoria de processos.

Por meio da aceleradora, a instituição visa fomentar o desenvolvimento de startups capazes de atender as demandas do setor industrial. Segundo Couto, adquirir tecnologia do exterior pode ser um impeditivo para muitas empresas, especialmente as menores. As startups, além de serem mais ágeis do que grandes corporações, conseguem prover tecnologia para o setor produtivo a um preço mais acessível.

Maringá é uma das três cidades do Paraná a contar com uma aceleradora do Senai, junto com Curitiba e Pato Branco. O edital é permanente, e as startups com soluções para a indústria podem se inscrever a qualquer momento. O ciclo dura um ano, prorrogável por mais um, e as startups pagam uma mensalidade para participar. Mas, ao contrário de outras aceleradoras, o Senai não se torna sócio da startup – a empresa paga apenas um percentual do faturamento pelo período que permaneceu na aceleradora, com carência de três anos depois que deixa o local. Durante os ciclos, as startups passam por mentorias, capacitação e têm condições de desenvolvimento e validação da tecnologia e fazer conexões com a indústria. “A Fiep, por sua atuação, reconhece o potencial e a realidade do ecossistema de Maringá, tem investido significativamente nele e está à disposição de indústrias que buscam pela inovação colocar um diferencial competitivo no mercado.”