Mauricio Della Barba
De Londrina
Nada de bloquinho, nada de caneta. O garçom do futuro tem mesmo um ‘‘rádio-comanda’’, um prático equipamento eletrônico que agiliza o atendimento de clientes em restaurantes e bares.
A novidade, que já virou febre nas principais capitais do Brasil, começa a chegar ao interior. O sistema de atendimento por rádio é um dos diferenciais da Costelaria BR3, localizada na região central de Londrina, o primeiro estabelecimento do tipo a contar com o equipamento na região Norte do Paraná.
De posse de um aparelho do tamanho de um telefone sem fio, o garçom anota os pedidos e os remete diretamente para a cozinha, bar e caixa, sem a necessidade de preencher papel ou caminhar até o local de onde o prato ou a bebida sairão. A transmissão dos dados é feita através de ondas de rádio e captada por uma pequena antena especial.
Cada item recebe um número código. Uma vez acionado, o sistema emite uma ordem de serviço que registrada por pequenas impressoras, instaladas em todos os setores do restaurante. Assim, os pedidos de comidas vão diretamente para a cozinha, as bebidas para o bar, copos e talheres para a copa e a conta para o caixa. Tudo é feito de forma instantânea.
‘‘Aumentei minhas vendas em cerca de 15% e consegui diminuir o gasto com a folha de pagamento’’, conta Ivan Bobroff Maluf, dono da costelaria. O sistema possibilitou a Maluf reduzir o número de garçons profissionais de 17 para apenas seis, no atendimento de toda a casa, que conta com 91 mesas. ‘‘O garçom agora é meu vendedor. Ele somente atende os pedidos e não sai de perto das mesas’’, explica o comerciante. Para levar e recolher os pratos, Maluf contratou os chamados ‘‘comins’’, uma mão-de-obra mais barata e mais prática para o serviço.
Além da agilidade e rapidez, o sistema também é eficiente no controle de estoque e no fechamento das contas, evitando confusões com clientes e funcionários. ‘‘Tudo é contabilizado e registrado. Não tenho mais problemas com desvios de alimentos e bebidas, nem problemas nas contas dos clientes’’, afirma Maluf.
Porém, para equipar um restaurante do futuro, o investimento é considerável. Cada aparelho de ‘‘rádio-comanda’’ custa em média R$ 2 mil. O valor do sistema, dos equipamentos, assistência e treinamento, varia de acordo com o tamanho de cada estabelecimento. ‘‘A configuração do sistema varia conforme a necessidade do cliente, mas o investimento começa em torno dos R$ 10 mil’’, diz Alexandre Amâncio, da Data Serv Informática, empresa responsável pelo sistema no Paraná.
Maluf, que aplicou aproximadamente R$ 30 mil para implantar o sistema, conta que o retorno do investimento é demorado, mas vantajoso. ‘‘A folha de pagamento diminuiu, as vendas aumentaram, os desvios acabaram e os clientes aprovaram. Já estou lucrando’’, diz o empresário. Ao todo, foram comprados três computadores de última geração, seis rádios e cinco impressoras (cozinha, bar, copa, caixa e fiscal).
‘‘O chope chega na mesa ainda com o colarinho inteiro’’, diz um dos clientes do BR3. A rapidez do atendimento é um dos pontos positivos levantados por Rodrigues na hora de escolher seu restaurante. ‘‘Ninguém gosta de ficar esperando. Além dos mais, aqui não é preciso ficar gritando com o garçom, levantando as mãos para ser visto. Ele sempre está por perto’’, explica.Sistema permite que pedidos sejam transmitidos diretamente da mesa do consumidor para cozinha ou o bar, agilizando o atendimeto
César AugustoCada item do restaurante recebe um número código, acionado pelo garçom a partir do ‘‘rádio-comanda’’, levando o pedido diretamente à fonte. Para isso, além dos rádios (no destaque) o restaurante dispõe de computadores de última geração e impressoras (cozinha, bar, copa, caixa e fiscal)