É hora de dificultar a ação dos hackers Agência O GloboPROTEÇÃOO Bioweb, sistema da Compuletra, transforma as impressões digitais numa chave criptográfica Agência O Globo Do Rio Com os recentes ataques sofridos pela Rede, a segurança online está na pauta do dia. Empresas como a IBM e a Compuletra já apresentam suas soluções. Enquanto a primeira aposta na tecnologia do cartão inteligente, a segunda elege as impressões digitais como ferramentas para proteger dados. A biometria - a análise de características singulares do corpo humano, como a íris, a voz, etc - já é uma realidade no Brasil através do sistema Bioweb, da Compuletra, radicada em Porto Alegre (RS). Ele funciona de maneira simples: com a ajuda de um leitor de impressões digitais acoplado ao PC (como se fosse um mouse), o usuário cria uma senha mais do que pessoal, com cerca de 500 caracteres, criptografada, que pode substituir as fornecidas por bancos, provedores, cartões de crédito etc. Segundo o presidente da Compuletra, Jaime Scalco, três grandes bancos nacionais já testam o software em projetos-piloto, enquanto um grande provedor de acesso à Internet estuda implantá-lo em seu serviço de webmail. ‘‘É possível criar senhas de diversos modos’’, acrescenta ele. ‘‘A pessoa pode usar mais de um dedo para a autenticação de sua identidade no sistema, ou combinar a impressão digital com uma senha alfanumérica.’’ Tal sistema, além de prevenir as comuns perdas de senha - a não ser, é claro, que o usuário corte o dedo acidentalmente -, garante maior tranquilidade a uma empresa em caso de fraude: ‘‘Ninguém poderá pegar emprestado a senha de um amigo, por exemplo’’, diz Scalco. ‘‘Além do mais, e há jurisprudência sobre isso, toda vez que um funcionário perde uma senha e acontece algum desastre numa empresa, a decisão judicial quase sempre é a favor do funcionário. Isso porque a senha é um instrumento tido como da empresa. Com a biometria, tal situação tende a se reverter. Uma falcatrua será sempre traçada até quem a perpetrou.’’ O software já é usado pela Polícias Civis do Paraná e do DF, pela II Região do CIP (Centro de Inativos e Pensionistas) do Exército, em SP, e pelo Sistema de Identificação Civil de Tocantins. Todos estes são sistemas fechados. Entre os abertos, estão os da Universidade do Vale de Itajaí (SC) e da Polimate, empresa exportadora de medidores do RS.