Conexões sem fio são essenciais
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domingo, 11 de março de 2001
A conexão sem fio, especialmente no âmbito das intranets, também é apontada pelos especialistas como essencial para os notebooks. Walter Merege, da Semp Toshiba, afirma que os próximos lançamentos da empresa seguirão o conceito sempre conectado, com cinco maneiras de o usuário se ligar.
Além de modem, rede integrada e infravermelho, eles virão com as tecnologias Wi-Fi (de Wireless Fidelity) e BlueTooth. Trata-se de redes wireless com antenas e respectivos dispositivos para acesso a outros notebooks e periféricos.
No caso da Wi-Fi, se você tiver um access point (transmissor) no escritório, ao ligar o notebook estará automaticamente conectado a sua rede. A tecnologia deve chegar ao Brasil em em cerca de dois meses, diz ele. De acordo com Merege, a diferença básica entre a Wi-Fi e o BlueTooth é que este é mais lento e voltado para dispositivos pessoais (conexão com celulares, etc). A Wi-Fi é mais rápida e você pode pendurar até sete dispositivos nela.
Outros fabricantes também pretendem investir no mundo wireless. Cristina Palmaka informa que a Compaq estuda este ano a inclusão de aplicativos wireless em máquinas para usuários domésticos, enquanto Gustavo Brant explica que alguns modelos Dell, como o Latitude C800, já vêm com antena interna para a conexão sem fio, só faltando o mini-PCI para estabelecer a comunicação com outras maquininhas.
Para Adriana Gibrail, da IBM, a portabilidade é o mais importante, daí a Grande Azul estar com uma novidade bastante útil para os usuários mais apressadinhos. É o Key Memory, equipamento em forma de chaveiro para a gravação de dados com 8Mb de espaço e suporte a vários tipos de arquivos: planilhas, imagens, MP3, etc, utilizando apenas a porta USB do notebook e o dispositivo plug-and-play. (O mimo custa R$ 170 e é compatível com qualquer notebook com suporte a USB e com Windows 98, 2000 e Mac OS).
Outras empresas lembram que portabilidade requer mais segurança. É o caso da Acer, que em dois de seus modelos TravelMate incluiu um leitor de SmartCards e um dispositivo biométrico para leitura de impressões digitais, informa Vinícius Campos, gerente de produto de notebooks.
E não se deve esquecer o vídeo aliás, o LCD é a parte mais cara de um notebook, diz Gustavo Brant. Quanto maior a tela, mais caro o notebook. E a matriz ativa também é salgada.
A tela de matriz ativa, explica Miguel Gentile, gerente de canais da Nec Computers, é aquela que permite a visualização de seu conteúdo de vários ângulos, ao contrário da matriz passiva. Cara ou não, é utilizada na absoluta maioria dos notebooks de hoje.
Mesmo os modelos mais finos e leves tentam manter pelo menos uma tela TFT (de Thin Film Transistor) de pelo menos 12 polegadas, para garantir melhor visualização. Segundo o gerente da Dell, o preço de um LCD maior sobe porque uma tela de 15, por exemplo, equivale à área real de visualização de um monitor desktop de 17. E já há notebooks que ultrapassam a resolução 1024 x 768, chegando a 1400 x 1050dpi.
Alguns modelos mais sofisticados também já vêm com a tecnologia apelidada de mini-1394 (que garante mais processamento para passar e editar filmes no próprio notebook), como o C800 da Dell e o TravelMate 350 da Acer.
Essa tecnologia, chamada IEEE (de Institute of Electrical and Electronics Engineers) 1394, é muito comum nas câmeras digitais, diz Brant.
Por tudo isso, não dá mais para viver sem eles. Em especial para quem trabalha longe da cidade, como Luiz César Fernandes, dono da empresa de consultoria Marambaia, que funciona numa fazenda na região de Petrópolis. Eu e meus funcionários carregamos tudo nos notebooks. Assim, podemos trabalhar onde quisermos, até ao lado de uma cachoeira ou no meio das ovelhas...