Andrômeda vai se chocar com a Via Láctea
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2000
France Presse
Nossa galáxia, a Via Láctea, que abriga nosso sistema solar, se chocará com sua vizinha Andrômeda, o que significará a destruição de nosso mundo, embora os cientistas não se alarmem, já que este choque de titãs não ocorrerá antes de três bilhões de anos.
A única coisa que se sabe com certeza até agora é que a Via Láctea é uma faixa de luz que cruza o céu de extremo a extremo, já que a composição desta massa enbranquecida e irregular continua sendo um mistério.
A mitologia atribui sua origem a gotas de leite caídas do seio da deusa Juno quando amamentava Hércules.
Em 1610, Galileu descobriu com um telescópio fabricado por ele que a Via Láctea era formada por estrelas e não por material nebuloso como se acreditava até então.
Uma série de estudos publicados na revista americana Science resume as pesquisas consagradas até agora à turbulenta história desta galáxia, uma das 100 bilhões que povoam o universo.
A Via Láctea é composta, em sua parte visível, por bilhões de estrelas, agrupadas em dois discos espirais de uma longitude de 100.000 anos-luz (1 ano-luz = 9,4 bilhões de km).
Estes discos, formados de gás e estrelas, estão em órbita, a velocidades diferentes, ao redor de um centro, o bulbo, composto por uma amálgama de estrelas velhas e ricas em metais.
Esta complexa estrutura sugere que a galáxia se formou por concentração de material gasoso e interestelar a partir de pequenas galáxias satélites, um processo que começou pouco depois do Big Bang, há 12 bilhões de anos.
Mas grande parte da matéria que compõe a Via Láctea é de fato invisível. Este material negro forma um grande halo esférico que rodeia a parte visível e é vinte vezes maior do que ela. Compreende 95% da massa total da galáxia.
A composição deste halo escuro e desconhecido é uma das questões pendentes dos astrofísicos. Segundo algumas teorias, contém estrelas anãs, estrelas mortas que se desintegraram e hipotéticas partículas elementares.
O centro da galáxia, situado a 28.000 anos-luz de nosso Sol, é também uma região misteriosa, onde se produz uma complexa interação entre nuvens gasosas ionizadas, amálgamas de estrelas jovens e o que os cientistas acham que é um buraco negro supermaciço.
Este monstro, tão denso que nem a luz pode lhe escapar, parece ter tragado estrelas e gás de uma massa equivalente a duas milhões de vezes nosso Sol.
Se em Wall Street as fusões entre gigantes são um bom sinal, no Universo se traduzem pela morte de certas galáxias. Nossa Via Láctea não escapará deste trágico final: será lentamente esmagada por sua vizinha, Andrômeda, duas vezes maior do que ela.
A uma distância de 2,5 milhões de anos-luz, Andrômeda se aproxima a uma velocidade de 500.000 km/h, velocidade que aumenta segundo se aproximam os dois titãs.
Primeiro as duas galáxias se tocarão, mas a enorme massa gravitacional de seu halo de matéria negra é tal que Andrômeda esmagará e deformará a Via Láctea até deixá-la irreconhecível.
Segundo o astrofísico John Dubinski, do Instituto Canadense de Astrofísica Teórica, o choque ocorrerá dentro de três bilhões de anos.Choque poderá ocorrer daqui a três bilhões de acordo com os cálculos dos cientistas
ReproduçãoA Via Láctea, composta por bilhões de estrelas, abriga o sistema solar e está fadada à morte pela aproximação de Andrômeda, uma galáxia duas vezes maior que a nossa