São Paulo - Às vésperas da primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do ano, economistas consultados pelo Banco Central mudaram a percepção e agora esperam que a taxa Selic seja mantida em 6,5% até o fim de 2019.
Há uma semana, a expectativa era que o juro básico encerrasse 2019 em 7% ao ano. A decisão sai na quarta-feira (6).
As projeções para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2019 caem há três semanas. Há uma semana, a mediana dos economistas apontava alta de 4%. Agora espera avanço de 3,94% - abaixo da meta de 4,25% do BC estabelecida para este ano.
Embora no horizonte da maioria dos economistas esteja excluída a possibilidade de mais cortes dos juros ao longo do ano, já há quem diga que a reação bastante débil da economia pode levar o Banco Central a novas reduções.
Segundo o Itaú, com projeções de inflação ancoradas em torno das respectivas metas até 2021 e em um contexto em que o nível de capacidade ociosa na economia permanece elevado, o Copom deve manter a taxa Selic estável em 6,5% ao ano na reunião de fevereiro.
Os riscos de alta ou de redução da taxa Selic mais à frente, diz o banco, são simétricos em razão tanto de frustrações com o ritmo da atividade econômica que pressionem a trajetória de inflação para abaixo das metas, como da não implementação de reformas e pressões globais que venham a atuar em sentido oposto.
O cenário base da MCM Consultores, o caminho menos provável para a Selic ao longo deste ano também é o de uma nova rodada de cortes.
Já para a consultoria AC Pastore, do ex-presidente do BC, Affonso Celso Pastore, dados recentes indicam que a recuperação econômica ainda continua extremamente lenta.
Na visão da consultoria, se o governo tiver sucesso em aprovar a reforma da Previdência e, ainda assim, a recuperação se mantiver lenta, é possível que na segunda metade do ano o Banco Central volte a reduzir juros. Isso, no entanto, só poderia ocorrer com o "suporte da consolidação fiscal".
Roberto Castelo Branco, indicado pelo governo Bolsonaro para presidir o Banco Central ainda tem que passar por sabatina no Senado. Até lá, Ilan Goldfajn permanece no cargo.