Bruno se apresentou no Fórum de Santa Luzia para comunicar à Vara de Execuções Penais seu endereço na capital mineira
Bruno se apresentou no Fórum de Santa Luzia para comunicar à Vara de Execuções Penais seu endereço na capital mineira | Foto: Lincon Zarbietti/O Tempo/Estadão Conteúd



Belo Horizonte - O goleiro Bruno Fernandes de Souza, de 32 anos, foi até o Fórum de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (2), para informar à Vara de Execução Criminal o endereço em que irá morar após ter sido solto na última sexta (24), graças a um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão do ministro revogou a prisão a que Bruno estava condenado pela morte de Eliza Samudio, ocorrida em 2010.

O goleiro não concedeu entrevistas, mas o advogado dele, Lúcio Adolfo, disse que o goleiro tem propostas de nove equipes para voltar ao futebol, sendo três do interior de Minas Gerais, além de equipes de Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Adolfo não informou os nomes dos clubes supostamente interessados. Afirmou apenas que duas disputam a primeira divisão do Campeonato Brasileiro e que espera que o contrato seja assinado até a próxima semana.

"Ele [Bruno] não está falando com vocês pois temos medo que alguma coisa possa ser mal interpretada", afirmou o advogado. Na única entrevista que concedeu, para a TV Globo, Bruno afirmou: "Se eu ficasse lá [na prisão], tivesse prisão perpétua, por exemplo, no Brasil, não ia trazer a vítima de volta". A declaração revoltou a família de Eliza Samudio.

O advogado disse ainda que aproveitou a ida ao Fórum para avisar que, dependendo da necessidade do time que Bruno vá defender, ele pode ter que alterar o endereço.
Nos próximos dias, o goleiro irá para o Rio de Janeiro, onde ficará na casa de sua mulher, a dentista Ingrid Calheiros, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste. Bruno passou o Carnaval em um sítio próximo a Belo Horizonte.

Até ser solto, Bruno estava preso na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), em Santa Luzia. Ele foi condenado em março de 2013 a 22 anos e três meses de reclusão por homicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de asfixia e com recurso que dificultou a defesa da vítima, além de sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver.

A medida cautelar determina que Bruno deverá permanecer na residência indicada à Justiça, atender aos chamamentos judiciais, informar eventual transferência e "adotar a postura que se aguarda do cidadão integrado à sociedade".