Um total de 782 imigrantes ilegais centro-americanos, entre eles 368 crianças menores de 8 anos, foram detidos no Estado mexicano de Veracruz, informaram neste domingo, 16, as autoridades locais. As detenções ocorreram no sábado na estrada La Tinaja-Cosoleacaque, no sul do Estado, quando os imigrantes eram levados escondidos em contêineres em quatro caminhões em condições sub-humanas, informou o Instituto Nacional de Migração em um comunicado.

Entre as crianças apreendidas, 270 têm entre 6 e 7 anos e 98 são menores de 5 anos, segundo uma fonte local. Uma outra fonte do governo garantiu que seis supostos traficantes de pessoas foram capturados.

O grupo de imigrantes, formado por salvadorenhos, guatemaltecos e hondurenhos, foi transferido para postos de migração da região. O Estado de Veracruz é uma das regiões mais violentas do México por ser uma das rotas mais utilizadas para o tráfico de drogas para os Estados Unidos, e onde muitos imigrantes são roubados, extorquidos ou sequestrados.

Elementos do Grupo Beta, de apoio a migrantes, chegaram ao local para atender com água e alimento os imigrantes ilegais. O pessoal do Instituto Nacional de Migração enviou os migrantes ao abrigo de Acayucan, com capacidade para receber 900 pessoas.

A apreensão ocorreu em meio aos esforços do México para reduzir o fluxo de imigrantes centro-americanos que cruzam o território mexicano para tentar entrar nos EUA. O governo do presidente Andrés Manuel López Obrador ampliou os controles nas fronteira e enviou agentes da recém-criada Guarda Nacional ao sul do México após Donald Trump ameaçar impor tarifas progressivas sobre os produtos mexicanos se a imigração ilegal não fosse contida.

Houve um grande número de apreensões na fronteira entre o México e os EUA este ano, o que irritou o presidente americano, cuja principal promessa de campanha foi a redução da imigração ilegal.

A maioria dos detidos que tenta entrar nos EUA está fugindo da pobreza e da violência nas três mais problemáticas nações da América Central: Guatemala, Honduras e El Salvador.

A decisão do México de ampliar o controle em suas fronteiras em resposta às ameaças de Trump provocou divisões no governo e a renúncia do ministro de Imigração, Tonatiuh Guillén. Ele foi substituído por Francisco Garduno, que já foi diretor do sistema prisional do México. Trump prometeu que vai impor as tarifas se em 45 dias o México não tiver conseguido conter a imigração ilegal. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS