Um clima romântico para o vinho
PUBLICAÇÃO
sábado, 03 de agosto de 2002
Célia Guerra<br> Reportagem Local
A tranquilidade para curtir bons momentos, reunir os amigos para conversas agradáveis, ou degustar um vinho bem acompanhado, já pode ser encontrada em ambientes comerciais. O mesmo local onde você encontra boas safras de vinho e as mais variadas opções de queijos e aperitivos também tem um cantinho de degustação aconchegante e com ares de romantismo.
Esse é o conceito da nova loja Vinhos & Cia, que aposta na idéia ''wine house'' de servir. Os ambientes foram compostos garantindo o clima de acolhida e rusticidade que a bebida exige. ''Com a vantagem de se explorar as características arquitetônicas da casa'', explica o arquiteto responsável pelo projeto Marco Aurélio Paolielo, que contou com a experiência do dono da loja, Acir Valença, na condução da reforma.
Telhas de barro, paredes largas e o pé direito alto da casa, construída em 1952, segundo o arquiteto, já apontavam para o conforto. O forro alto recebeu rebaixamento em gesso, criando um ''colchão de ar'', com o objetivo de contribuir para a climatização dos espaços. As paredes sem reboco expõem os tijolos maciços ideais para a conservação dos vinhos.
O cuidado com as garrafas foi tomado também na construção das prateleiras, que permitem às garrafas a inclinação necessária para que se mantenha o contato da rolha com a bebida. A janela deu lugar a um vidro fixo, diminuindo assim a trepidação, já que a rua onde está a Vinhos & Cia tem um alto fluxo de veículos.
O sistema de ar condicionado split foi escolhido devido ao baixo ruído que emite, e tem a função de manter a temperatura do local em torno de 18 graus. ''O projeto permite, futuramente, uma melhor climatização com a implantação do processo de umidificação do ambiente'', comenta Paolielo. O vinho, além dos cuidados de iluminação, ruídos, temperatura, exige umidade relativa do ar em torno de 75%.
O tom cru das paredes dessa sala e da que acomoda massas e especiarias permitiu a valorização dos produtos. Tons mais quentes voltados para o amarelo foram usados nas paredes dos espaços de convivência para quebrar parte da frieza exigida pela conservação dos vinhos, além de garantir o aspecto envelhecido a esses ambientes.
Aconchego não faltou também à adega subterrânea, construída no porão da casa. A escadaria de acesso, tal qual parte do piso da loja, é feita em peroba rosa, vinda de demolição. A mesma madeira foi utilizada para revestir as colunas e vigas do espaço. A adega abriga também, caixas de vinho que remetem à fartura e à qualidade dos produtos oferecidos pela loja.
A fachada da casa é um convite. Madeira, ferro e texturas foram utilizadas com criatividade e bom gosto e o bem-estar foi priorizado em todos os cantos.
