Sessenta competidores, 40 horas ininterruptas de trabalho, 30 mentores, dez jurados, 13 projetos apresentados, três selecionados. Esses são alguns números do Primeiro Hackathon Construtech Londrina. Mas o resultado do evento - realizado pelo Sinduscon Paraná Norte, Sebrae e Ceal, com apoio especial do Senai - vai muito além.

Os 60 competidores apresentaram 13 projetos e três foram selecionados; ideia vencedora será conhecida no dia 30 de outubro
Os 60 competidores apresentaram 13 projetos e três foram selecionados; ideia vencedora será conhecida no dia 30 de outubro | Foto: Wilson Vieira/Sinduscon/Divulgação



"Nosso objetivo era gerar três negócios viáveis, mas tivemos bem mais do que isso", diz o coordenador do processo de governança da construção civil de Londrina, Gerson Guariente Junior. Segundo ele, a experiência de Hackathons de outros segmentos já provou que nem sempre os ganhadores são os únicos que se destacam no mercado e fazem os melhores negócios.

"É o tipo de experiência que queremos com o processo de governança: empresários envolvidos, jovens desenvolvedores e a academia fortemente juntos. Ao aproximar todo mundo, geramos conhecimento, network e riqueza", informa Guariente, já anunciando a próxima edição do evento em 2019, com formato ampliado.

As equipes do Primeiro Hackathon Construtech Londrina se reuniram na sede do Sinduscon no último fim de semana de setembro para pensar em soluções tecnológicas aos problemas apontados pelo setor da construção civil de Londrina: gargalos relacionados à gestão da obra, inteligência de mercado, sustentabilidade, gestão de projetos, matérias/métodos construtivos e mão de obra.

Os temas mais trabalhados foram compra coletiva de materiais e gestão de projetos no canteiro, mas também surgiram soluções para resíduos da construção, além de um projeto de casa modular personalizada e expansível a partir do conceito de contêiner-moradia, de baixo custo e rápida produção. Os que se destacaram na avaliação dos jurados foram os de maior "maturidade", ou seja, os que estão mais prontos para virarem negócios.

"Dos trabalhos apresentados, pelo menos sete têm aplicabilidade imediata - o que na construção civil significa um período de um a dois anos para ter um produto viável comercialmente, já que isso depende de desenvolver o sistema e de ajustar recursos. Mas fundamentação técnica, a pesquisa e a fundamentação de negócio permitem dizer com segurança que são projetos extremamente aplicáveis", observa Guariente.

Entre os integrantes da banca julgadora, a avaliação também foi extremamente positiva. "Os problemas apresentados pelas equipes são realmente os que eu ouço, todos os dias, dos empresários que atendo", diz o gerente administrativo da Caixa Econômica Federal, Valdemir Martins. Para o consultor da área de TIC do Sebrae, Lucas Ferreira, o pessoal mostrou que a vontade de trabalhar faz a diferença. "Já tive a oportunidade trabalhar em 16 hackathons; vendo o potencial dos projetos apresentados fico me perguntando por que o setor da construção demorou tanto para fazer o primeiro." Segundo ele, independente do resultado da competição, todos podem ser beneficiados. "Nós, do ecossistema, vamos gerar condições para que empreendam", garante. "Já estou imaginando dois ou três projetos virando empresas e ganhando mercado", afirma o diretor presidente da Sercomtel Participações, Roberto Nishimura, líder da APL de TI de Londrina.

Os projetos selecionados pela banca foram: AvaliaNet, que propõe contratação assertiva, ou seja, treinamentos e avaliações de mão de obra por interface de realidade virtual; ControLAR, plataforma interativa on-line de manual do Proprietário e Condomínio com plano de manutenções; e Chronos, sistema de acompanhamento de obra com interação mobile em tempo real.

A classificação das equipes selecionadas será revelada no dia 30 de outubro, durante o Eco.Tic 2018, no Parque Ney Braga, quando também acontece a premiação: R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 1 mil para o primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente. A programação do evento terá ainda um painel, no dia 31, às 14h30, com a participação de Marcus Anselmo, líder do desenvolvimento de estratégias de crescimento e inovação na Softplan, uma das maiores empresas do Brasil no desenvolvimento de softwares de gestão.