Em tempos de políticas de ESG (governança ambiental, social e corporativa) em alta, não basta ser sustentável, é preciso parecer sustentável. Certificações que atestam o bom uso de recursos naturais em construções ganham mais importância para fundos imobiliários e para empresas que precisam escolher seu escritório.

O selo de sustentabilidade Leed, concedido pelo GBC (Green Building Council) Brasil, é o mais utilizado pelo mercado, mas também há outros, como o Aqua-HQE, adaptação de selo francês, concedido pela Fundação Vanzolini (veja abaixo).

"A certificação é a garantia de que aquilo que está sendo alegado foi visto de maneira sistemática por pessoas qualificadas", afirma Manuel Carlos Martins, coordenador do selo Aqua.

Imagem ilustrativa da imagem Selos de compromisso ambiental valorizam edifícios
| Foto: Gustavo Pereira Padial/Folha Arte

Além do benefício para a imagem das empresas, a presença de uma certificação de sustentabilidade é indício de que o prédio pode ser mais rentável para investidores, apontam especialistas.

Segundo Roberto de Souza, presidente do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), que presta consultoria para certificação, a redução no consumo de energia e água pode ser de 30% a 40%, o que faz diferença no valor do condomínio.

A economia proporcionada pode ser refletida em uma locação mais cara por metro quadrado. Um estudo realizado em 2014 por pesquisadores da FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou que a presença da certificação era responsável, de forma isolada, por um aumento de 4 a 8% nos valores cobrados pela locação de prédios comerciais corporativos em São Paulo.

Os selos de sustentabilidade chegaram ao Brasil em 2007 e são mais presentes em prédios novos, mas também é possível certificar construções antigas. O que muda é o tipo de selo. Quando o prédio já está pronto, pode tentar um selo de operação, como o Leed operação e manutenção e o ciclo operação da Aqua, que são renováveis.

Ter um prédio certificado exige investimento em materiais com menor impacto ambiental, já que esse item também é analisado, e em tecnologia. Sensores ajudam a quantificar o gasto de eletricidade e água e a avaliar a qualidade do ar, por exemplo.

A automação do edifício ajuda a reduzir o uso desses recursos e adapta o prédio a novas situações, como quando a pandemia começou e boa parte dos funcionários ficaram em casa.

Souza ressalta que as certificações ajudam a criar uma cultura de sustentabilidade dentro da cadeia produtiva da construção, que se vê forçada a inovar para atingir os objetivos de economia de recursos naturais.

A evolução da tecnologia permite que os selos sejam mais exigentes. Um exemplo é o certificado Zero Energy, criado pelo GBC Brasil, para construções que geram toda a energia que consomem.

Como conta Felipe Faria, diretor-executivo da entidade, já são 20 edificações certificadas e há mais 75 em processo para obter o selo.

Além dos certificados de sustentabilidade, há selos específicos sobre o bem-estar e saúde dos ocupantes dos edifícios, como o Well e Fitwell, que ganharam mais atenção com a pandemia.

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.