O BELICHE NÃO E MAIS O MESMO
PUBLICAÇÃO
domingo, 13 de fevereiro de 2000
Célia Baroni
De Londrina
De repente as camas começaram a subir as paredes. As novas concepções de aproveitamento e utilização dos espaços resgataram a idéia do beliche, um móvel que sempre foi considerado sem graça e o transformaram. Hoje, o beliche ganhou charme e status e consegue agregar beleza e utilidade. Com o avanço da tecnologia, as camas ganharam as paredes e o beliche mobilidade. Hoje, ele pode ser uma cama em cima da outra, uma cama no chão e outra em outra parede ou cruzadas. Tudo dependendo da criatividade do arquiteto e das possibilidades do espaço.
As arquitetas Claudia Meyer e Suely De Paula afirmam que apesar de ainda haver um certo preconceito, o beliche é uma das melhores soluções para quartos de crianças, mesmo quando há espaço para duas camas. Elas acreditam que a dúvida dos pais na hora da escolha é resultado da falta de informação sobre a gama de possibilidades que ele permite.
Antigamente, analisam, o quarto da criança era usado quase que somente na hora de dormir ou descansar. A lição era feita na mesa da sala ou da cozinha e as brincadeiras no quintal da casa. Desde então as mudanças foram radicais na forma de viver.
Os apartamentos foram considerados a melhor opção para moradia e os espaços diminuiram. Mesmo em apartamentos de luxo os quartos costumam ser relativamente pequenos porque o projeto prioriza a área de estar com mais espaço, dizem as arquitetas.
Elas frisam que hoje o quarto não é apenas um lugar de dormir. Pelo menos para as crianças ele é um espaço multiuso onde devem caber o descanso, o estudar e o brincar, esclarecem. Ao mesmo tempo, acrescentam, aumentou consideravelmente o número de recursos necessários para o dia a dia das crianças. Além do espaço para dormir e guardar as roupas, o quarto tem de oferecer espaço para acomodar a televisão, o aparelho de som, um videogame e o computador.
O beliche responde prontamente à necessidade de ganhar espaço. Embaixo da cama suspensa podem ser colocadas gavetas e escrivania, espaços para lazer (brincadeiras ou apoios para os eletroeletrônicos ), sem prejudicar a circulação ou deixar o quarto com ar de entupido. Claudia Meyer e Suely De Paula afirmam que o beliche dá movimento ao quarto com seus altos e baixos. Subir uma escada para ir dormir já é uma aventura para a criança, comentam.
Se tudo isto não fosse bastante, há ainda o fato de que ele pode ser colocado em praticamente qualquer espaço. Mara e Suely explicam que os únicos limitantes são as aberturas (portas e janelas) porque, dependendo da sua localização, muitas vezes, os beliches impedem o uso das paredes.
Um projeto de iluminação também é importante para que o quarto com beliche ofereça conforto. A luz deve ser difusa, mas cada cama, ponto de estudos e computador deve ter uma iluminação direcionada. Este cuidado evita problemas de saúde e desconfortos como ter de acordar o irmão ou o amigo, quando a criança quer ler na cama, exemplificam.
Outro detalhe que merece destaque é a cor do quarto e a dos móveis. As arquitetas orientam a escolha de cores claras para ajudar a tornar a decoração o mais leve possível. Cores escuras, dizem, reforçam os limites pequenos do ambiente e sufocam.Com novos designs, o beliche é uma das opções preferidas das crianças e um recurso importante para a utilização do espaço
Arquivo FolhaMULTIUSOGanhando espaço: embaixo da cama suspensa podem ser colocadas gavetas e escrivania, lugar para lazer ou os eletroeletrônicosO beliche é uma das melhores opções para o quarto das crianças, mesmo quando há espaço para duas camas