Entregue no início de setembro, o Casa Batlló tem despertado a atenção de muitos londrinenses
Entregue no início de setembro, o Casa Batlló tem despertado a atenção de muitos londrinenses | Foto: Divulgação



Nos últimos anos, diversas pesquisas realizadas Brasil afora vêm apontando o crescimento da procura por condomínios de luxo. Esse segmento, que explora imóveis que chegam a custar alguns milhões de reais, parece ignorar a recessão econômica e segue na contramão do mercado, superando o desempenho de vendas ano a ano.

Uma pesquisa feita pelo portal VivaReal apontou que a procura por imóveis com preços acima de R$ 1 milhão aumentou 32% em relação a 2014. E a tendência é que os imóveis de alto padrão permaneçam em alta. "Esse segmento não só está resistindo à crise, como tem aumentado o número de vendas. Em Curitiba, nos primeiros meses de 2016, tivemos quase o dobro de vendas de imóveis de luxo usados em relação ao mesmo período de 2015", conta o diretor do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi) do Paraná, Josué Pedro de Souza, de Curitiba.

Segundo ele, o mercado de imóveis de luxo não é tão sensível às crises econômicas porque seus consumidores dependem menos do crédito imobiliário. "Em período de crise, os bancos ficam mais criteriosos para aprovar crédito, o que atrapalha as vendas em outros segmentos. Mas o consumidor de imóveis de luxo não precisa de financiamento", pondera. Prova disso é que, segundo Souza, apesar de a Caixa Econômica ter elevado, desde julho, o teto do valor de imóveis financiáveis para R$ 3 milhões, não houve qualquer mudança no mercado. "Continuou como estava."

Outro fator que, segundo o diretor, ajuda a explicar a estabilidade do segmento é a troca de um imóvel de alto padrão por outro ainda melhor. "É a pessoa que já tem um imóvel de luxo que custa R$ 1 milhão e quer trocar por um de R$ 2 milhões, por exemplo, que é o chamado super luxo."

Para o coordenador de vendas da Vectra, Cleber de Souza, a estabilidade no setor existe por ser um mercado de nicho e, como tal, altamente segmentado. "O imóvel de luxo é cheio de diferenciais. Se a pessoa está em condições de comprar um imóvel num período de crise, ela vai buscar um imóvel diferenciado. Mesmo que não seja para moradia, imóvel é um investimento mais seguro", explica o diretor do Secovi-PR.

Os diferenciais, segundo ele, estão em todas as partes do imóvel e fora dele. Além de uma excelente localização, o consumidor de alto padrão busca uma proposta arquitetônica que privilegie o design. "A concepção do imóvel, os acabamentos com materiais nobres, o pé-direito mais alto, a acústica, os sistemas inteligentes, a área de lazer", lista o coordenador de vendas.

Apesar de algumas características serem comuns a imóveis de alto padrão, luxo é algo bastante relativo. Enquanto para alguns, a prioridade é espaço, ambientes amplos, para outros não. "Alto padrão não é tamanho, é qualidade. O empreendimento pode ter apartamentos de um quarto e ser de luxo. Tem uma demanda fantástica", afirma Cleber de Souza.

NOVIDADE
Um bom exemplo é o mais recente empreendimento da Vectra. Entregue no início do mês, na Gleba Palhano, o Edifício Casa Batlló tem unidades de 245 metros quadrados de área útil. São duas torres de 25 andares e dois apartamentos por andar. Inspirado na obra do arquiteto catalão Antoni Gaudí, o Casa Batlló londrinense traz características que remetem à obra original, que fica em Barcelona. "A reação do mercado nos surpreendeu. Depois da entrega, em dois dias, tivemos 400 pessoas visitando", conta Souza. As visitas são guiadas e devem ser agendadas com antecedência pelo (43) 3376-4444.

Segundo Souza, Londrina costuma responder muito bem à oferta de imóveis de alto padrão. "Londrina supera as estatísticas nacionais do mercado imobiliário. Basta ver a quantidade de imóveis de alto padrão que temos aqui." Segundo ele, o valor do metro quadrado de imóveis de luxo na cidade gira em torno de R$ 7 mil a R$ 8 mil.