A mais tradicional linha de produtos de amianto do Brasil está deixando de ser fabricada no Nordeste. Pressionada pela polêmica internacional envolvendo a fibra de amianto, a Brasilit está desativando a fabricação de itens que utilizam a substância e partindo para a utilização do cimento reforçado com fio sintético de PVA (CRFS).
A primeira filial da empresa a adotar a nova tecnologia foi a de Esteio (RS). Agora é a vez da unidade do Recife (PE) aposentar o amianto, numa substituição que demandou investimentos de R$ 4,7 milhões.
A empresa afirma que todos os itens da antiga linha em amianto serão fabricados em CRFS. São 100 tipos de telhas e três de caixas d’água. Em Pernambuco, a capacidade é de 10 mil toneladas/mês de produtos, mas a filial, que emprega 150 funcionários, trabalha com ociosidade de 30%.
A tecnologia do CRFS foi importada do grupo italiano CIO. De acordo com o diretor comercial, o fio sintético que substitui a fibra de amianto não possui os efeitos tóxicos do antigo material. Outro benefício do CRFS é a flexibilidade, permitindo um índice menor de quebra. A única desvantagem, por enquanto, é que, como a tecnologia é importada, o custo de produção é mais alto.
A produção à base da antiga matéria-prima foi encerrada no Recife em fevereiro, após 52 anos de funcionamento da filial, que abastece o mercado de todo o Nordeste. No segmento de telhas, a Brasilit tem 28% do mercado no País. Desde janeiro a nova linha, batizada de Brasiflex, vinha sendo produzida em nível experimental na unidade. Este mês, a linha começou a ser produzida para valer.
Para garantir o sucesso de vendas da nova linha, chamada Brasifex, na região Nordeste, a Brasilit está investindo R$ 800 mil numa campanha publicitária.