Em Londrina, baixos estoques estimularam construtoras  a novos empreendimentos
Em Londrina, baixos estoques estimularam construtoras a novos empreendimentos | Foto: Marcos Zanutto/01-03-2019

No período de um ano, o estoque de apartamentos novos em Curitiba baixou 24%, de 7.376 unidades (maio de 2018) para 5.578 (maio de 2019). Como o número de lançamentos aumentou nesses dois anos, a Ademi-PR (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Paraná) acredita que os números comprovam o reaquecimento da construção civil na cidade.

De janeiro a maio deste ano, foram lançados 767 apartamentos na capital, contra 637 no mesmo período do ano passado, um aumento de 20%. “Os lançamentos começam a despontar e a tendência é que haja uma recuperação dos preços com os novos empreendimentos. Ainda existem oportunidades no mercado e, com a redução da taxa de juros para financiamento imobiliário, o cenário é favorável à compra do imóvel para moradia e mesmo para investimento”, avaliou, por meio da assessoria de imprensa, o presidente da Ademi-PR, Leonardo Pissetti.

O gerente da Construtora A.Yoshii em Curitiba, Erick Takada, diz que o reaquecimento do setor se dá sobretudo para suprir as demandas específicas do público que busca empreendimentos de alto padrão. Um prédio no bairro Batel, lançado há três meses e com previsão de entrega para 2022, já está com 95% das unidades comercializadas. E outro, no Ecoville, começou a ser comercializado no auge da crise, em 2015, e será entregue dia 30 deste mês. Neste caso, 90% das unidades foram vendidas. “O setor ainda está sentindo os efeitos da crise, mas há uma série de demandas segmentadas do público”, explica Takada.

O aquecimento da construção civil é percebido não só em Curitiba. Em Londrina e Maringá, também. Um empreendimento da construtora na Cidade Canção chegou a gerar filas de interessados. Com um apartamento por andar e vista completa para o Parque do Ingá nos pavimentos mais altos, segundo o gerente, o prédio já teve 18 das 24 unidades (75%) vendidas no primeiro fim de semana pós-lançamento. “Nós contratamos um segurança para organizar a fila das pessoas que buscavam os apartamentos mais altos, com vista total do parque”, diz o gerente da unidade, Márcio Capristo.

Lançado em junho do ano passado, um prédio comercial localizado em região nobre de Londrina vendeu 90% de suas unidades em 90 dias. Com entrega prevista para maio de 2022, o edifício tem arquitetura moderna. “Estamos nos destacando por apresentar lançamentos em nichos que percebemos como latentes, além de um foco especial para a localização”, afirma o gerente de unidade de Londrina, Ricardo Kitamura.

A Plaenge também está animada com as vendas. “Estamos com estoque zero”, diz o gerente regional, Olavo Batista. Ele ressalta que a baixa dos juros no País é o principal incentivo para o setor. Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, baixou a Selic (taxa básica da economia) para 6% ao ano, o menor índice da série histórica. “Se você tem uma Selic de 6% e uma inflação de 3,5%, significa que os juros reais são de apenas 2,5% ao ano ou 0,5% ao mês”, calcula.

Batista ressalta que o mercado imobiliário é muito sensível aos juros, uma vez que os imóveis, principalmente os móveis, são vendidos por meio de financiamento. “Além disso, com os juros tão baixos, a tendência é de as pessoas tirarem dinheiro dos bancos e investirem em imóveis.”

O gerente diz que, analisando o cenário político-econômico do País, a empresa se prepara para a retomada das vendas desde o ano passado. E que se sentiu estimulada a buscar novos mercados, como Campinas, em São Paulo. “Somos a primeira construtora da região Sul a chegar lá”, conta.

Em Londrina e Maringá, a Plaenge está dobrando suas áreas de decorados para atender o movimento dos compradores. “Estamos vendendo em média 150 apartamentos por ano nos últimos anos. Acreditamos que (em 2019) as vendas vão crescer entre 15% e 20%.” Em Londrina, a empresa fez dois lançamentos neste ano, o que, segundo o gerente, não ocorria há algum tempo. E, em 2020, vai lançar três empreendimentos.