O sistema de portaria virtual tem crescido entre os condomínios. O modelo libera entradas e saídas, sem a necessidade de um porteiro no prédio. Ele poderia ficar em outro local, comandando remotamente múltiplas portarias ao mesmo tempo.

Portaria: as vantagens e desvantagens de mudar o modelo de funcionamento
Portaria: as vantagens e desvantagens de mudar o modelo de funcionamento | Foto: iStock

Porém, nem todos os edifícios se adaptam. De acordo com especialistas, o sistema é mais indicado para condomínios menores, com até 50 apartamentos. Condomínio grande, com mais de uma entrada, por exemplo, tem mais dificuldade para fazer a implantação desse modelo.

A principal vantagem é a redução de custos –a contratação de empresas que fornecem o serviço é entre 40% a 60% mais barata do que a manutenção de porteiros convencionais. A economia é refletida na taxa condominial, que pode cair.

José Elias de Godoy, tenente-coronel da Polícia Militar e consultor de segurança, ressalta, no entanto, que não se pode fazer uma mudança assim só por conta do custo. "Precisa ver se os condôminos realmente querem isso, explicar os prós e os contras", diz.

É necessário conhecer a empresa que se deseja contratar, avaliar o conceito no mercado. "É recomendável que seja desenvolvido um estudo do grau de confiabilidade do sistema de segurança, de preferência por um profissional que não seja o vendedor da portaria virtual", diz Claudenir Silva, consultor e coordenador de cursos de segurança.

Os condôminos também precisam ser ouvidos sobre a mudança. "Vai mudar a rotina do prédio, vai mexer com os costumes. É recomendável levar a discussão para a assembleia, explicar para os condôminos como é o funcionamento", explica o advogado Alexandre Callé, que recomenda ainda que o síndico leve ao menos três propostas de empresas prestadoras do serviço.

Estrutura

Para o sistema funcionar, são necessários bons equipamentos e fácil comunicação dos moradores com a empresa. Silva cita "clausura, interfones de boa qualidade, câmeras de alta resolução e identificação por biometria [para o morador]".

Manter um gerador para as fechaduras remotas e a conexão com o atendente virtual é essencial, além de boas redes de internet (de preferência duas). Precisa-se também criar protocolos de segurança, aprovados em assembleia, para as entradas de saída, distinguindo entre moradores cadastrados, hóspedes, visitantes, prestadores de serviço, etc.

Imagem ilustrativa da imagem Especialista indica portaria virtual para  condomínios menores
| Foto: Folhapress

Para as entregas, utiliza-se a clausura entre os portões para deixar itens como comida, caso o morador queira recebê-los sem contato – a solução mais comum é o passa volumes. Quando ocorre algum problema com entradas ou entregas, o atendente remoto pode não conseguir ajudar. O papel acaba transferido para o zelador do prédio.