Mais do que um simples abrigo, o lar pode influenciar diretamente o bem-estar de seus moradores, promovendo conforto e uma qualidade de vida. Com isso, o arquiteto Lorí Crízel, especialista em neuroarquitetura, analisa como o design do interior das casas e apartamentos vai além do estético.

Lorí Crízel é presidente da ANFA (Academy of Neuroscience for Architecture) no Brasil, professor do Politecnico di Milano (Milão/Itália), membro da ANFA Center for Education Latin America e editor-chefe do Journal of Eco+Urbanism and Neuroarchitecture.

Para entender melhor como aplicar os princípios da neuroarquitetura no ambiente residencial, o arquiteto traz algumas dicas do que deve ser considerado para haver um bom uso dos espaços:

Iluminação natural e artificial

A iluminação desempenha um papel vital na regulação do ciclo biológico e no impacto direto sobre humor e produtividade. É interessante maximizar a entrada de luz natural, garantindo amplos espaços envidraçados e cortinas leves. Quanto à iluminação artificial, a escolha cuidadosa da temperatura da cor da luz é essencial para criar ambientes confortáveis em diferentes momentos do dia, contribuindo para uma atmosfera mais agradável e acolhedora.

Cores e materiais

As cores têm o poder de influenciar o estado emocional e psicológico dos moradores. Cores que fazem parte das paletas calmas são indicadas para quartos, promovendo relaxamento; e tons energizantes para áreas de trabalho, estimulando a criatividade. Além disso, a escolha de materiais naturais e texturas pode criar um ambiente acolhedor e restaurador, conectando os moradores à natureza mesmo dentro de casa.

Espaços de descanso e atividade

Delimitar áreas de descanso e atividade é crucial. Dedicar um espaço do ambiente para ser usado em momentos de relaxamento ou de meditação, por exemplo, são estratégias simples para otimizar áreas de trabalho, maximizando a produtividade e reduzindo distrações por ter em mente a função de cada área.

Elementos naturais (biofilia)

Essa prática incentiva a incorporação de elementos naturais, como vegetação, ventilação, iluminação natural e cores inspiradas na natureza. Conhecida como biofilia, reduz o estresse e melhora o bem-estar geral, criando um ambiente mais equilibrado e harmonioso.

Organização

Manter a casa organizada e livre de desordem é fundamental e promove a clareza mental, o que também ajuda a reduzir a ansiedade, proporcionando um ambiente mais tranquilo e agradável.

Qualidade acústica

A influência do som ambiente na qualidade de vida é muitas vezes subestimada. mas minimizar ruídos perturbadores e utilizar sons naturais ou música para criar uma atmosfera relaxante influencia na saúde e bem-estar das pessoas que ali habitam.

Personalização e espaço pessoal

A importância de personalizar o espaço, incorporando arte, fotografias e objetos pessoais. “Deixar do seu jeito”, é uma forma de transformar uma casa em um lar envolvente que reflete a personalidade e as necessidades individuais, proporcionando um refúgio único e significativo. (Com assessoria de imprensa do arquiteto Lorí Crízel)