Julho é mês de férias escolares e isso significa que crianças e adolescentes vão ter mais tempo para brincar. E em tempos de pandemia, para quem mora em condomínios isso pode virar uma preocupação. O ideal é fazer com que as crianças utilizem as áreas de lazer do prédio, mas obedecendo as regras de distanciamento e higienização. Mesmo assim, segundo especialistas, o ideal é o síndico usar o bom senso na aplicação de regras.

Imagem ilustrativa da imagem Cuidados com as crianças devem ser redobrados durante as férias
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Laura Naspitz, médica pediatra do Hospital Santa Catarina, lembra que a principal via de transmissão do coronavírus é a respiratória. "Então, o mais eficaz é o uso de máscaras", afirma. Ela ressalta, porém, que crianças com dois anos de idade ou menos ainda não têm o controle respiratório maduro e podem se sentir desconfortáveis ou sufocadas com o uso da máscara.

O médico infectologista Marcelo Daher, assessor técnico da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz que as baixas temperaturas fazem com que os locais preferidos para atividades de lazer, como brinquedotecas, sejam um problema devido ao coronavírus.

"O melhor é que os pais procurem levar os filhos a lugares abertos e arejados e de alta circulação de ar, porque isso diminui a incidência de infecção", ressalta. "Em locais fechados, precisa ter espaçamento de um a dois metros entre uma criança e outra", completa.

As brincadeiras no condomínio também devem obedecer a regras, segundo o presidente da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), José Roberto Graiche Júnior. O uso dos espaços comuns pode variar de acordo com o perfil do condomínio. É preciso observar quantos costumam frequentar as áreas e a quantidade de crianças no condomínio para adequar esses locais. Graiche enfatiza ainda que o ideal é estabelecer um limite de tempo para uso, por família, para que todos possam ter a mesma oportunidade de brincar.

Para o advogado e administrador de condomínios Roberto Carvalho Nogueira, o ideal é que nesses casos o sindico se reúna com o conselho para decidir o limite de tempo e do número de pessoas que podem ficar em um determinado espaço ao mesmo tempo. "Quinze crianças em um mesmo espaço pode ser configurado como aglomeração, dependendo do tamanho do condomínio", diz.