Altas no preço do material pode elevar custo do imóvel
PUBLICAÇÃO
domingo, 23 de janeiro de 2000
Altas no preço do material
pode elevar custo do imóvel
Na média do Brasil, os custos de construção têm acompanhado de perto o comportamento dos índices de preços, apresentando relativa estabilidade em 1999. Contudo, o que tem segurado a variação de custos do produto final é o componente mão de obra. Diferentemente dos anos anteriores, houve uma clara pressão altista generalizada nos preços dos produtos para a construção em todo o país. Segundo do relatório da Comissão Econômica da CBIC, isso foi resultado da mudança no regime cambial. A consequente desvalorização do real levou diversas indústrias a reajustar, de forma expressiva, os preços de seus produtos.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC/FGV) acumulou - de janeiro a novembro/99 - uma variação de 8,08%, tendo como componente de maior pressão os materiais e serviços, que cresceram 11,08%, enquanto o custo da mão de obra sofreu alta de 4,97%. O SINAPI (IBGE) evoluiu um pouco menos, ficando ligeiramente abaixo da inflação medida pelo IPCA-IBGE - 8,29%. Até novembro do ano passado, o custo médio de construção apurado pelo IBGE acumulou variação de 6,89%.
O CUB Médio Brasil, calculado e divulgado pela CEE/CBIC, é também outro importante indicador de desempenho dos custos setoriais. Até novembro, o valor médio registrado para o metro quadrado de construção no território nacional foi de R$ 475,09. O índice de custos da CBIC acumulou no período um incremento de 6,39%, sendo que para os 20 estados que o compõem, as variações mais significativas igualmente ocorreram nos custos com os materiais de construção (9,56%), tendo os itens de mão de obra apresentado uma elevação média bem menor (3,99%).
Por enquanto, o setor de construção vem absorvendo os aumentos de custo sem repassar para o consumidor final os reajustes promovidos pelos fornecedores, mas não se sabe até quando os preços dos imóveis ficarão contidos.