Altas no preço do material
pode elevar custo do imóvel
Na média do Brasil, os custos de construção têm acompanhado de perto o comportamento dos índices de preços, apresentando relativa estabilidade em 1999. Contudo, o que tem segurado a variação de custos do produto final é o componente mão de obra. Diferentemente dos anos anteriores, houve uma clara ‘pressão altista’ generalizada nos preços dos produtos para a construção em todo o país. Segundo do relatório da Comissão Econômica da CBIC, isso foi resultado da mudança no regime cambial. ‘‘A consequente desvalorização do real levou diversas indústrias a reajustar, de forma expressiva, os preços de seus produtos.’
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC/FGV) acumulou - de janeiro a novembro/99 - uma variação de 8,08%, tendo como componente de maior pressão os materiais e serviços, que cresceram 11,08%, enquanto o custo da mão de obra sofreu alta de 4,97%. O SINAPI (IBGE) evoluiu um pouco menos, ficando ligeiramente abaixo da inflação medida pelo IPCA-IBGE - 8,29%. Até novembro do ano passado, o custo médio de construção apurado pelo IBGE acumulou variação de 6,89%.
O CUB Médio Brasil, calculado e divulgado pela CEE/CBIC, é também outro importante indicador de desempenho dos custos setoriais. Até novembro, o valor médio registrado para o metro quadrado de construção no território nacional foi de R$ 475,09. O índice de custos da CBIC acumulou no período um incremento de 6,39%, sendo que para os 20 estados que o compõem, as variações mais significativas igualmente ocorreram nos custos com os materiais de construção (9,56%), tendo os itens de mão de obra apresentado uma elevação média bem menor (3,99%).
‘‘Por enquanto, o setor de construção vem absorvendo os aumentos de custo sem repassar para o consumidor final os reajustes promovidos pelos fornecedores, mas não se sabe até quando os preços dos imóveis ficarão contidos.’