São Paulo, 30 (AE) - O ex-secretário do Verde e do Meio Ambiente Werner Zulauf informou que vai recorrer da sentença que suspendeu seus direitos políticos por três anos. "Os advogados já estão providenciando o recurso", disse. "E não é uma mera formalidade, mas para restabelecer a verdade."
De acordo com Zulauf, o juiz da 6.ª Vara da Fazenda Pública baseou-se em um laudo equivocado para proferir sua sentença. Um dos peritos, na versão do ex-secretário, mostrou que a Controlar usou "uma pequena área desativada" da garagem da SPTrans. "Mas o juiz pegou o parecer de um outro que considera que usamos toda a área."
Na opinião de Zulauf, não houve prejuízo para o poder público. Ao contrário. Como a Controlar bancou algumas benfeitorias no terreno, num valor superior ao que pagaria de aluguel, a Prefeitura acabou lucrando com o acordo.
"Eu tinha assessoria jurídica", afirmou Zulauf. "Foi um negócio feito dentro das normas." O ex-secretário disse estar tranquilo quanto à reversão do quadro quando apresentar seu recurso. Mas não poupou o juiz que o condenou. "Fico abismado como se faz Justiça nesse País", ironizou.
A SPTrans vai recorrer da decisão. O departamento jurídico da estatal entende que o convênio atendia ao interesse público e não houve prejuízo para os cofres públicos.
A Controlar tem o mesmo entendimento. A Assessoria de Imprensa da empresa divulgou uma nota sobre o caso. Para a Controlar, "a realização de uma inspeção experimental e provisória na frota de táxi, ônibus e peruas, exatamente a de uso intenso, atendeu a uma solicitação expressa da Prefeitura, preocupada com os alarmantes índices de poluição naquele período
registrados por toda a imprensa".
Na nota, a empresa informa ainda que as benfeitorias "excederam muitas vezes o valor de um hipotético aluguel sobre a área utilizada". A Controlar deve recorrer da sentença.
Tanto no caso da empresa quanto no caso da estatal e das seis pessoas físicas condenadas, o recurso tem efeito suspensivo. Isso significa que a multa e a perda dos direitos políticos ficam congeladas até uma decisão final da Justiça.
A reportagem procurou o ex-secretário Carlos de Souza Toledo
mas ele não foi encontrado para comentar a decisão judicial. Francisco Christovam, Wilson Carmignani e Washington Luiz Elias Corrêa também não foram localizados. Antonio Emiliano Leal da Cunha estava acompanhando o secretário Getulio Hanashiro (Transportes) numa audiência no Ministério Público Estadual. A assessoria da SPTrans não conseguiu avisá-lo sobre o pedido de entrevista.