Imagem ilustrativa da imagem Zoológico de Curitiba se despede de girafa mais velha do Brasil
| Foto: Isabella Mayer/SMCS

Quem visitou o Zoológico de Curitiba nos últimos dias, percebeu que a moradora mais ilustre do local não estava mais em seus melhores dias. Uma poliartrite (inflamação nas articulações), em decorrência da idade avançada, estava afetando a qualidade de vida da girafa Pandinha. Nesta segunda-feira (10/1), ela não resistiu e morreu.

"É muito difícil dizer adeus a um animal que tivemos a honra de tomar conta por tanto tempo. Poder estar próximo de uma girafa mansa como a Pandinha foi uma experiência especial e preciosa, ela fará muita falta", disse o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo.

Pandinha fez exames de imagem detalhados na semana passada que confirmaram a inflamação em múltiplas articulações, sem perspectiva de cura. Com muita dor, dificuldade de andar e perda de apetite, ela vinha recebendo tratamentos que permitiam alguma qualidade de vida.

“Mas houve uma piora aguda do quadro nos últimos dias, ela passou a apresentar crepitação (estalos), muita dor e dificuldades de se locomover, além de perda de peso acentuada”, explicou Evaristo. ]

Com quase 33 anos de vida, que seriam completados em maio de 2022, Pandinha viveu desde que nasceu Zoo de Curitiba, em 1989. Filha de Pacheco e Mandinha (de onde surgiu seu nome), era um dos animais preferidos dos visitantes, em especial, das crianças.

Por isso, sempre esteve presente nas atividades de educação ambiental, interagia com o público e posava para fotos.

"Cuidar de animais é sempre um desafio. Podemos acompanhar e celebrar os nascimentos e a vida desde o início, mas também temos que lidar com o ciclo da vida e dizer tchau aos nossos amigos idosos quando chega a hora. Fazemos tudo o que podemos para lhes dar o melhor atendimento e companhia enquanto estão sob nossos cuidados, e isso nos traz conforto, mas mesmo assim nunca é fácil quando eles vão embora", lamentou o diretor.

Vida longa

Pandinha era a girafa mais velha do Brasil e a quarta mais velha do mundo. A explicação para a longevidade, de acordo com a gerente-técnica do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, Vivien Midori Morikawa, estava no tratamento constante e multidisciplinar que ela recebia da equipe.

“Todos os animais do Zoo dispõem de abrigo, recebem alimentação de qualidade e balanceada, passam por cuidados médicos regulares, sejam eles preventivos ou tratamentos de saúde, e estão livres de predadores. Além disso, há maior enfoque na criação de habitats e ambientes sociais e interativos para que sejam mais felizes e menos estressados”, enumerou.

Na natureza, uma girafa vive cerca de 15 anos. As girafas mais velhas que a Pandinha, no mundo, ficam em Colombo (Sri Lanka) e em Fort Wayne e Tucson (Estados Unidos). Os dados são do studbook internacional da espécie, um livro de registro que contém informações genealógicas sobre os animais, que tem como responsável a pesquisadora Laurie Bingaman Lackey, da World Association of Zoos and Aquariums (WAZA) e da European Association of Zoos and Aquaria (EAZA).