A Receita Federal divulgou um balanço que aponta para um recorde no volume de cocaína apreendida em portos em todo o País neste ano em comparação com os últimos cinco. Somente entre janeiro e o dia 2 de novembro já foram apreendidas 47,1 toneladas da droga, o que supera em quase 50% o volume interceptado em 2018. Naquele ano foram 31,5 toneladas apreendidas. Já o total dos últimos cinco anos chega a quase 115 mil quilos nos principais portos do País.

Segundo a Receita Federal, o porto de Paranaguá (PR) aparece em segundo lugar dentre os principais potenciais pontos de partida da droga, com 14,5 toneladas. No porto de Santos (SP) foram apreendidas 18,9 toneladas e os portos de Natal (RN) e Itajaí (SC) completam a lista com 4,4 e 3,7 toneladas, respectivamente. Portos de países como Holanda e França, e províncias como Antuérpia, na Bélgica, eram os destinos da maior parte da droga interceptada. Entretanto, neste ano foi possível identificar novos destinos para a droga que parte do Brasil, como Portugal e Espanha.

Ao todo, em 2019, foram 25 apreensões no Porto de Paranaguá. Volumes de cocaína foram encontrados tanto no interior dos produtos exportados, como no caso de pallets e compensados de madeira e cargas de açúcar, quanto inseridos nos contêineres sem o conhecimento dos exportadores uma vez que podem ter ocorrido após a lacração do contêiner, metodologia mais comum para o envio de drogas pelo mar. “É quando, sem o conhecimento do exportador, do importador e do transportador, os traficantes rompem o lacre do contêiner, abrem a porta e colocam alguns volumes com drogas dentro destes espaços que geralmente sobram”, explicou o delegado da alfândega da Receita Federal de Paranaguá, Gerson Zanetti Faucs.

Imagem ilustrativa da imagem Volume de cocaína apreendido em portos já supera o de 2018

Para o sucesso desta empreitada, muitos criminosos acabam solicitando informações de pessoas que trabalham nos portos mediante o pagamento de alguma quantia em dinheiro. Questiona, Faucs salientou que a Receita Federal também alimenta a Polícia Federal com informações que auxiliam as investigações contra as quadrilhas.

Segundo o delegado, todos os contêineres que chegam de caminhão passam por um scanner logo na entrada do terminal do Porto de Paranaguá. “É um ‘raio-x’ de alta definição. Tem uma equipe de funcionários do terminal que faz essa checagem e já passam um alerta para nós. Se tem alguma imagem consistente, por exemplo, se tem só bobina de papel e de repente tem uma imagem preta em um canto, isso já indica que pode ter alguma droga colocada lá”, explicou.

Imagem ilustrativa da imagem Volume de cocaína apreendido em portos já supera o de 2018

Também de acordo com o delegado, o uso desta tecnologia e o trabalho de cães farejadores aliado à interação entre alfândegas e aduanas tem sido fundamental para o sucesso nas apreensões.

“A nossa equipe foi crescendo e também apreendendo com o tempo. As outras unidades da Receita também têm equipes de repressão e vigilância que atuam nessa área então as equipes estão bem interligas, é um aprendizado em conjunto”, avaliou.

No entanto a receita não desconsidera um aumento na produção de drogas em países da América Latina, como Colômbia, Bolívia e Peru. Segundo a Polícia Federal, entre janeiro e outubro deste ano já foram interceptadas 208,4 toneladas de maconha, o que faz da droga a mais apreendida do País. Neste período, a PF também apreendeu 390 mil comprimidos de ecstasy e 312 frascos de lança-perfume.