Vítima de uma tentativa de feminicídio há dois meses, Daniele Gonçalves, 32, ainda sofre com as sequelas físicas e mentais deixadas pelo crime. Em entrevista à FOLHA, Leoneide Cavalcante, 63, mãe da influenciadora digital, conta que a filha precisa tomar medicamentos para ansiedade e depressão e que a rotina é voltada para consultas e fisioterapia. Além disso, a jovem não consegue movimentar o braço e a mão direitos e precisa de ajuda em tempo integral.

No dia 9 de maio, Daniele Gonçalves foi atingida por diversos golpes de facão enquanto chegava em sua casa, na região central de Londrina. Gabriel de Faveri, 26, com quem teve um breve relacionamento, atacou a vítima com golpes no rosto e braço. Faveri foi preso dois dias depois, em Maringá (Noroeste), e transferido no dia 18 de maio para o Complexo Médico Penal de Pinhais, após o juiz ter deferido o pedido de incidente de insanidade mental protocolado pela defesa.

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De acordo com João Batista Cardoso, que representa o acusado, ele permanece internado e está passando por consultas e tratamentos psiquiátricos. Não há prazo determinado para que os laudos oficiais sejam concluídos. Enquanto isso, o processo segue suspenso.

Cavalcante relata que a filha vem melhorando aos poucos, mas que há dias em que ela fica deprimida e chora. Segundo a mãe, ela toma remédios para controlar a ansiedade e a depressão e, por vezes, precisa de medicamentos para conseguir dormir.

“[Ela está] sempre com medo. A hora que ela vai sair eu tenho que ir na frente para olhar o portão, ver quem está na rua. O medo fica”, conta, acrescentando que a filha está morando com um casal de amigos em uma chácara em Londrina.

Ela afirma que a rotina de Gonçalves é ir às consultas, fisioterapia e psicólogo: “a vida dela é essa”. Apesar de já ter passado por algumas cirurgias, ela vai precisar fazer pelo menos mais dois procedimentos no local, incluindo a retirada de um nervo da perna, que vai substituir o que foi comprometido no braço.

A data da cirurgia deve ser marcada ainda neste mês. A assessoria do Hospital Universitário de Londrina ainda não confirmou os procedimentos.

A mãe conta que a família está ajudando a custear todos os gastos, já que Gonçalves ainda não tem condições de voltar ao trabalho. “Todo dia é gasto com Uber para ir para lá e para cá. Às vezes tem que ir duas vezes no dia, tem medicamento. A gente está se virando nos trinta”, conta.

Sobre Faveri, Cavalcante conta que ora para que ele esqueça que um dia conheceu a sua filha e que Deus faça a sua justiça. “Deus tem um propósito para a vida de cada um e eu sei que ele tem um maravilhoso para a vida da minha filha”, afirma.