Em fevereiro de 2020, o londrinense Vanderson Luis de Morais, 45, estampou em seu perfil em uma rede social a paixão que sentia pela Mangueira, escola de samba que há pouco havia desfilado entoando os seguintes versos na avenida. "Senhor, tenha piedade/Olhai para a terra/Veja quanta maldade". O amor pelo samba e pelo Carnaval era uma de suas principais características, lembrado por seus amigos em homenagens ao longo desta segunda-feira (15). Vítima da Covid-19, Morais teve o óbito confirmado na noite deste domingo depois de dez dias internado na Santa Casa de Londrina por complicações em decorrência da Covid-19.

"Vandão", como era carinhosamente apelidado pelos amigos, era funcionário da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) desde 1998 e ocupava o cargo de Técnico em Operações. Ele possuía comorbidades.

A confirmação do óbito, aos 45 anos, gerou muita comoção entre amigos, familiares e colegas de trabalho nas redes sociais. Alguns, o definiram como um "gigante gentil" em mais uma referência musical. Desta vez, em alusão à canção eternizada por Erasmo Carlos.

Vanderson Luis de Morais deixou esposa e dois filhos. Ele foi um dos 15 pacientes diagnosticados com a Covid-19 que tiveram os óbitos confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina nas últimas 24 horas na cidade. O corpo foi sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, na zona Norte de Londrina.

SURTO

Ao longo da tarde, o Sindiurbano (Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná) divulgou que o número de funcionários da CMTU que já teriam sido diagnosticados com a Covid-19 chegou a 15, caracterizando um surto na Companhia. Em seu perfil oficial, o Sindicato afirmou que a "empresa ainda não faz a medição de temperatura antes do início da jornada" e que "não fornece máscaras em quantidade suficiente", disse.

Questionada, a assessoria de comunicação da Companhia preferiu não comentar as acusações.