Solenidade contou com descerramento de placa em homenagem à princesa
Solenidade contou com descerramento de placa em homenagem à princesa | Foto: Marcos Zanutto


Londrina voltou a receber um membro da família imperial japonesa. Na tarde desta quinta-feira (19), a princesa Mako desembarcou no aeroporto de Londrina, por volta das 16 horas. Ela veio ao País para participar das festividades dos 110 anos da imigração japonesa no Brasil. Londrina foi a primeira parada oficial. Na agenda, estão previstas visitas a 14 cidades em cinco Estados (São Paulo, Paraná, Amazonas, Pará e Rio de Janeiro) até o dia 31 de julho.

Várias pessoas estavam a postos até três horas antes da visita, preparando-se para o tão aguardado encontro, na Acel (Associação Cultural e Esportiva de Londrina). A dona de casa Letícia Hiroko Omoto, 80, disse que mesmo no Japão é difícil encontrar um membro da família imperial. "É um prazer para a gente. Esta é a segunda vez que encontro com membros da família imperial", destacou.

Omoto relembrou que em 2015 se encontrou com os pais da princesa Mako, o príncipe Fumihito e a princesa Kiko de Akishino, que visitaram Londrina em outubro de 2015, durante a comemoração dos 120 anos de relações diplomáticas entre o Brasil e o Japão.

Para Inês Massae Tomita, 81, a visita da princesa é "muito importante". "É muito raro esse tipo de encontro. A família imperial sempre foi muito importante para meus pais. Eu, como descendente de japoneses, também acho. Eu estava ansiosa. É gratificante", destacou.

Ambas fazem parte do grupo da terceira idade da Acel. "A visita de uma princesa do Japão é em respeito aos japoneses e seus descendentes que moram aqui, porque a visita não é só para Londrina, é para toda a região. Eu vejo o respeito que os idosos têm em relação à família imperial. Eles têm uma reverência à vinda da princesa", destacou Luzia Yamashita Deliberador. Ela ressaltou que a visita de uma princesa obedece todo um protocolo. "A gente tem que dar condições para que os idosos cheguem perto da princesa", declarou.

Deliberador foi uma das pessoas que ficaram bem próximas da princesa Mako. Ela ficou incumbida de entregar um lenço umedecido, conhecido como oshibori, para que a visitante limpasse as mãos depois de regar uma muda de ipê branco, que foi cultivada para marcar a data, uma tradição em visitas de membros da família imperial.

A princesa foi recepcionada pelo presidente da Acel, Pedro Sato, e pelo presidente do conselho deliberativo da Acel, Nilton Onuma. Depois, percorreu um trecho em que membros de várias entidades nipo-brasileiras ficaram perfilados. Entre as pessoas estava a coordenadora do grupo Hikari, Irene Kuromoto, que mantém a tradição do bon odori, dança tradicional japonesa. "Eu perguntei a ela se ela dançava bon odori, ela disse que não, mas fez os gestos da dança e eu também fiz. É uma humildade e uma simpatia. Surpreendeu todo mundo", destacou.

Outra pessoa a quem ela dirigiu a palavra foi ao professor de japonês do Necj (Núcleo de Estudos de Cultura Japonesa) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Paulo Tsuchiya. "Como ela me cumprimentou e me estendeu a mão aproveitei para apresentar as intercambistas da Universidade Meio, de Okinawa, e da Universidade Kanda, de Chiba, ambas no Japão. Fiquei grato por ela ter dirigido a palavra para mim. Quando o pai dela visitou este mesmo lugar, ele também dirigiu a palavra para mim. A visita foi marcante pela simpatia, pela beleza e pela classe dela. Não é uma pessoa qualquer", afirmou.

Logo depois, a princesa descerrou uma placa em sua homenagem e na sequência foi presenteada com um quadro produzido pelo artista plástico Carlos Kubo, que retrata uma arara. Ainda assistiu a uma apresentação de dança tradicional e de taiko, os tambores japoneses. Um dos instrumentistas foi Mateus da Cruz Teixeira, 20, que disse que foi uma honra se apresentar para uma princesa. "Eu fiquei ansioso e nervoso. Os preparativos foram cansativos, ensaiamos bastante para sair tudo certinho", declarou.

Para Pedro Sato, a visita foi "muito importante". "A Acel foi o primeiro local a ser visitado pela princesa no Brasil. Isso é extremamente importante para o clube e para a comunidade londrinense. É o resultado de nosso trabalho", apontou.