Brasília, 30 (AE) - As divergências no PMDB quanto a apoiar o salário mínimo de 151 reais foram hoje expostas pelo senador Maguito Vilela (PMDB-GO). Ele disse da tribuna que há um equívoco muito grande em dizer que o partido "já abençoou o mínimo de 151 reais". "Se existem membros do governo que concordam com os argumentos do governo, há também outros que discordam radicalmente." Vilela argumentou que é inadmissível pensar "num salário miserável de 151 reais", ao mesmo tempo em que o Congresso discute um teto salarial acima de R$ 10 mil. "A diferença é muito grande", criticou. "É vergonhosa, é criminosa." O senador lembrou que países como o Paraguai, Uruguai e Argentina, que estão economicamente muito atrás do Brasil, pagam um salário mínimo, "até três vezes maior do que o nosso".
Para o senador, o Congresso tem o dever de aumentar o valor estabelecido pelo governo. "Mais do que isso, alegou, tem o dever cívico e patriótico de aproveitar essa oportunidade para caminhar no sentido de começarmos a reduzir as gritantes diferenças salariais existentes no País que refletem uma distribuição de renda que tem gerado exclusão, violência e sofrimento."
Vilela previu que o PMDB vai estar à frente defendendo o salário maior "para a maioria dos pequenos trabalhadores". Segundo ele, os parlamentares devem decidir se vão se preocupar com a Previdência Social ou com aqueles que os elegeram e defender seus verdadeiros interesses.