A idéia da trágica viagem dos seis empresários portugueses ao Brasil surgiu por meio da amizade entre Luiz Miguel Militão Guerreiro e Antonio Correia Rodrigues, 52 anos, um dos que foram encontrados mortos ontem à tarde em Fortaleza (CE).

Antes da viagem, Rodrigues - solteiro e pai de três filhos - manteve com Guerreiro inúmeros contatos por telefone para tratar de detalhes de sua primeira viagem ao exterior, de acordo com José Antonio Matela, 44 - casado com a irmã de Rodrigues, Fernanda de Jesus, 44.

''Apesar de eles terem contatado uma agência de turismo para organizar as passagens e a estadia, Guerreiro serviria como uma espécie de guia turístico para uma simples viagem'', declarou Matela, por telefone, à Agência Folha.

Guerreiro veio ao Brasil em janeiro deste ano, depois de ter morado durante três meses na casa da família de Rodrigues, em Ourém (região de Lisboa), e saído de lá sem dar nenhuma explicação.

''Eu e meu cunhado (Rodrigues) conhecemos ele (Guerreiro) em uma construção. Ele era um funcionário muito extrovertido, nunca estava triste. No final do ano passado, ele se divorciou e pediu para viver em nossa casa. Fizemos um favor de amigo'', disse Matela à reportagem.

Segundo Matela, Guerreiro teve um comportamento exemplar nos dias em que ficou na casa da família. ''Só não entendi o motivo que o levou a sair de nossa casa sem avisar. De repente, ele telefonou e disse que estava no Brasil. Foi tudo muito estranho.''

O primeiro-ministro de Portugal, Antonio Guterres, emitiu ontem à noite uma nota à imprensa local de condolências às famílias das vítimas. (Agência Folha)