São Paulo, 03 (AE) - O vereador Paulo Frange, do PPB, foi eleito hoje presidente da Comissão Processante que poderá resultar na cassação do mandato da vereadora Maria Helena. Embora tenha sido feita uma votação, a eleição de Frange já havia sido decidida num acordo entre os vereadores da base governista que integram a comissão. O vereador Aurelino Andrade, também do PPB, foi eleito relator.
A eleição foi feita num ambiente de temor que dominava hoje o plenário da Câmara Municipal. Os vereadores, inclusive os da oposição, temem uma reação violenta por parte da vereadora Maria Helena, caso seja afastada de seu cargo. Alguns diziam que ela sabe de "muitos podres" de seus colegas, enquanto outros temem ser alvo de tiros. Uma piadinha que circulava pelos corredores do Palácio Anchieta, retratava muito bem a preocupação dos parlamentares: "A diferença entre o José Izar e Maria Helena, é que ele tinha 35 amigos na mão, e ela um 38", numa alusão às armas apreendidas na casa da vereadora.
O vereador José Mentor, do PT, não ficou satisfeito com o resultado da eleição. "O mais correto seria um equilíbrio de partidos na composição do grupo", reclamou o petista. Na sua opinião, a base governista quer demonstrar que também tem condições de apurar as acusações contra os integrantes de sua bancada, "coisa que não ocorreu até hoje nesta casa", afirmou.
Já Frange, destacou que as investigações serão feitas com todos os integrantes da comissão "despidos de sua roupagem política" e que o Palácio das Indústrias não irá interferir em nada nas decisões da comissão. "Será um trabalho árduo, difícil e doloroso, pois, além de ser companheiro de bancada, fui, entre 1978 e 1979, médico da mãe da vereadora", completou.