Venezuela diz que irá oferecer oxigênio ao Amazonas (2)
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O governo da Venezuela informou na noite de quinta-feira (14) que irá disponibilizar oxigênio para atender os hospitais do estado do Amazonas, que vive uma crise sem precedentes após aumento no número de casos de Covid-19.
A informação foi publicada pelo ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, nas redes sociais. "Por instruções do presidente Nicolás Maduro, conversamos com o governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, para disponibilizar imediatamente o oxigênio necessário para atender o contingente de saúde em Manaus. Solidariedade latinoamericana acima de tudo!', escreveu Arreaza.
Em resposta a uma mensagem de agradecimento do governador Wilson Lima (PSC), Arreaza afirmou que "é sempre uma honra poder dar uma mão ao povo do Brasil, principalmente em momentos tão complexos". "Para o Bolivariano, a solidariedade é um dever."
Com o novo grande surto de casos de coronavírus Sars-CoV-2, a demanda por oxigênio hospitalar em estabelecimentos públicos de saúde no estado superou na terça a média diária de consumo em mais de onze vezes, agravando a situação nos hospitais principalmente naqueles onde são atendidos pacientes com a doença.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, as empresas aumentaram a produção ao limite e buscam soluções de importação do insumo.
A White Martins, principal fornecedora de oxigênio para o governo do Amazonas, informou que atua para viabilizar a importação do produto da Venezuela para suprir a demanda. Ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro da Saúde, Eduardo.
Ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu que Manaus vive um colapso no atendimento de saúde e disse que seis aeronaves levarão oxigênio.
"A procura por oxigênio na capital subiu seis vezes, então, já estamos aí em 75 mil metros cúbicos de demanda de ar na capital e 15 mil metros cúbicos no interior. Estamos já com a segunda aeronave entrando em circuito hoje, a C-130 Hércules, fazendo o deslocamento Guarulhos-Manaus, e a partir de amanhã entram mais duas e chegaremos a seis aeronaves, totalizando ai algo em torno de 30 mil metros cúbicos por dia, a partir de Guarulhos. Nessa ponte aérea, existem também os deslocamentos terrestres", afirmou o ministro.
A crise também levou o secretário estadual de Saúde, Marcellus José Barroso Campêlo, a apresentar uma notificação extrajudicial na qual determina "eventual estoque ou produção de oxigênio" para pacientes internados.
A notificação foi endereçada a 11 empresas, dentre elas a Yamaha Motor e Electrolux do Brasil. O documento diz que, se houver desobediência, "fica autorizado o imediato uso de força policial, além de outras medidas coercitivas e restrições de direito juridicamente admitidas".
Mais cedo, o governador Wilson Lima também anunciou que Amazonas vai transferir pacientes de Covid-19 para outros estados, além de decretar toque de recolher a partir das 19h até as 6h.
O objetivo conter a disseminação do coronavírus no estado. O primeiro a receber pacientes do Amazonas será Goiás, com dois hospitais: o HUGO (Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz) e o HGG (Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi).
Depois, será a vez de Piauí, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. A data e a ordem dessas transferências ainda não foram divulgadas pelo governo amazonense. Pela segunda vez em oito meses, o sistema de saúde do estado do Amazonas tem sido falho, por causa da alta de casos e mortes provocados pela Covid-19.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi até Manaus para anunciar medidas de enfrentamento ao coronavírus no Amazonas. O governador Wilson Lima pediu prioridade no envio de doses de vacina para grupos vulneráveis.
Em um mês, o número de sepultamentos em Manaus cresceu 193% em meio à explosão do número de infectados pelo coronavírus no Amazonas.
No dia 6 de dezembro, por exemplo, foram registrados 31 enterros na capital, número que subiu para 91 na última terça-feira, 5. Por causa do aumento dos casos de Covid-19, o prefeito de Manaus, David Almeida, decretou estado de emergência em Manaus pelo período de 180 dias para conter o avanço da pandemia na capital amazonense.
Na quarta-feira, foram 110 mortes por Covid-19 entre as causas de óbitos no total de sepultamentos nos cemitérios de Manaus, superando a marca das cem mortes por coronavírus registrada em maio de 2020.