São Paulo, 03 (AE) - O comércio de São Paulo registrou um movimento de vendas atípico neste Natal: crescimento nas primeiras semanas de dezembro, estabilidade na semana do dia 25 e novo incremento na última semana do ano. O número de consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito cresceu 2,8% entre os dias 26 e 31 de dezembro em relação ao mesmo período de 98. Até o dia 25 de dezembro, o crescimento foi de apenas 0,1%, o que resultou numa alta de 0,5% no acumulado do mês. "Foi um empate técnico em relação a 98", disse o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti. Ele havia previsto um crescimento entre 3% e 5%, mas foi refazendo as projeções para baixo após o fracasso das vendas na semana do Natal.
Cartões - As consultas ao Telecheque, indicador de vendas à vista, também reagiram na última semana do ano, impulsionadas pelo grande número de liquidações e promoções para queima de estoque no comércio. Até o dia 25, o número de consultas era 10,2% menor que em 1998. Na última semana do ano, a queda reduziu-se para 9,2%.
As consultas ao Telecheque estão caindo em consequência da redução do uso do cheque como meio de pagamento, substituído pelos cartões de débito em conta corrente e de crédito. Aumentou muito também, neste Natal, a opção pelo parcelamento no cartão de crédito, sem juros.
Na base de cartões Visa, as vendas parceladas passaram de 5% no Natal de 1998 para 10% neste ano. As administradoras de cartão de crédito notaram um aumento acima de 20% no movimento de dezembro em relação ao mesmo mês de 1998. Na Visa, o crescimento foi superior a 50%.
Inadimplência - O presidente da Associação Comercial também atribuiu aos juros, ainda altos, a estabilidade nas vendas no crediário. "Os consumidores compraram mais à vista para evitar novas dívidas", diz Burti. Os registros de inadimplência caíram 27,3% em relação a dezembro de 1998. Diminuiu também a insolvência das empresas. O número de falências requeridas caiu 27,5% e as concordatas requeridas tiveram redução de 59% em comparação a dezembro do ano anterior.
Apesar da pequena recuperação de dezembro, os números acumulados do ano passado mostram queda em relação ao ano anterior. As consultas ao SPC caíram 1,7% em relação a 1998. No Telecheque, a diminuição foi de 9,5%. No ano todo, o número de falências caiu 18,5% e o de concordatas requeridas, 46,2%.