São Paulo, 08 (AE) - As vendas de veículos importados no mercado brasileiro apresentaram queda significativa nos primeiros três meses do ano, em razão, principalmente, do aumento da alíquota de importação de 23% para 35% em 1º de janeiro.
Enquanto as vendas de carros nacionais cresceram 21,5% no primeiro trimestre, o mercado de importados comercializou 33.011 unidades no atacado (das empresas para as lojas) ante 45.410 unidades em igual período do ano passado - uma redução de 27,3%.
O resultado inclui as 26.580 unidadas vendidas pelas empresas filiadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e as vendas estimadas da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) - entidade que reúne marcas que não possuem fábrica no Brasil -, de 6.431 unidades nos primeiros três meses de 99.
O balanço não contabiliza as vendas de veículos procedentes da Argentina, que totalizaram 17.623 unidades de janeiro a março - uma queda de 33,7% em relação a igual período do ano passado, quando o total de unidades comercializadas no mercado brasileiro foi de 26.581 veículos argentinos.
O mercado de importados vem sofrendo retração desde a desvalorização do real no início de 99. No ano passado, as vendas de importados caíram pela metade, passando de 347 mil unidades em 98 para 178 mil veículos. No primeiro trimestre deste ano, a participação dos importados nas vendas do mercado interno caiu de 14,3% no ano passado para 10,4% em média.
Uma eventual redução da alíquota de importação para 20% a partir de maio, principal reivindicação dos importadores para reativar o mercado, praticamente caiu por terra depois da negociação do recente acordo automotivo entre Brasil e Argentina
que prevê alíquota de 35% para carros provenientes de países não pertencentes ao Mercosul.
E para dificultar ainda mais o mercado, o presidente da Abeiva, José Luiz Gandini, já avisou que os preços das filiadas à entidade devem subir em breve, em razão da nova alíquota de 35%. As empresas estavam segurando os reajustes porque grande quantidade de veículos havia sido nacionalizada em dezembro, com a antiga alíquota de 23%.