A tarifa de ônibus terá um novo valor a partir da zero hora do dia 1º de janeiro de 2023. O valor subirá dos atuais R$ 4 para R$ 4,80. O anúncio foi feito pelo presidente da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Marcelo Cortez, na tarde desta sexta-feira (30). O novo valor será publicado ainda nesta sexta-feira, no Diário Oficial do Município. Cortez relatou que o custo da tarifa técnica será de R$6,50 e que a diferença entre esse valor e o que o usuário paga será custeada pela prefeitura por meio das gratuidades. Atualmente a tarifa técnica em vigor em Londrina é de R$5,45. "A nossa tarifa técnica, comparativamente a algumas grandes cidades do Paraná, como Cascavel, Ponta Grossa e Maringá, é a mais baixa. Essas cidades possuem tarifas técnicas muito mais caras que as nossas e ainda vão sofrer reavaliação pela qual nós já passamos."

Imagem ilustrativa da imagem Valor da tarifa de ônibus sobe para R$ 4,80 em Londrina
| Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

Ele ressaltou que o diesel compõe de 25% a 30% do valor da tarifa e a mão de obra compõe 17%. “O diesel teve um aumento de 65% neste ano. É a primeira vez na história do Brasil em que o preço do diesel está mais alto que o da gasolina. Logicamente que o valor desses insumos incide diretamente no custo do sistema, mesmo com toda a gestão e com todos os melhoramentos e ajustes que nós fizemos”, declarou.

Ele ressaltou que esses 80 centavos representam 20% do valor da tarifa e que todos os insumos subiram acima desse valor. “Logicamente que a gente tem a sensibilidade de saber que qualquer aumento é preciso ver comparativamente com outros serviços. O Uber, que é um transporte por aplicativo, passa por um grande problema, haja visto o grande crescimento dos preços dos insumos como pneus, óleo e gasolina.”

Ele ressaltou que houve um aumento de usuário neste ano, após dois anos em que o número de usuários sofreu com a fuga de passageiros para outros tipos de transporte em função da pandemia de Covid-19. “A pessoa que está voltando a utilizar o ônibus vê que o transporte coletivo é um meio viável de locomoção e isso é o que a gente quer fazer através de uma tarifa que, ainda que tenha subido, sobe menos que os demais meios”, declarou.

Ele ressaltou que haverá a troca parcial da frota de ônibus que circula na cidade. “A Londrisul terá 14 novos veículos dos quais sete são com ar-condicionado e um sistema novo. A Grande Londrina irá trocar 96 veículos, 22 deles com ar-condicionado.” Ele ressaltou que, conforme os pedidos forem feitos na fábrica, os veículos serão entregues envelopados ao longo do ano. “A gente quer que estejam já a disposição o mais rápido possível”, declarou.

Ele ressaltou que não é porque um ônibus possui 10 anos e 2 dias que o veículo ficou ruim. “A questão é a manutenção e a prevenção e isso nós cobramos das empresas. Logicamente com esse investimento nos novos ônibus vai se gastar menos. Um ônibus novo traz conforto, comodidade, segurança e principalmente a economia. É um conjunto em que você investe para haver um retorno maior. Essa questão da manutenção é cobrada todos os dias. Nossos funcionários estão na garagem das empresas às 4 horas da manhã, vendo a qualidade dos ônibus e se saem limpos.

O presidente da CMTU agradeceu a Câmara de vereadores por ser sensível ao aprovar a lei que possibilita custear parte do sistema, principalmente aquelas pessoas que precisam do ônibus que não tem outro meio de locomoção, com um teto máximo de R$ 25 milhões. “São pessoas que precisam fazer tratamento contra o câncer, que precisam fazer tratamento contínuo, pessoas que precisam ir em avaliações e médicas regularmente e que às vezes não têm condições”, declarou.

“Nós falamos custeio, porque nós pagamos as gratuidades daqueles que necessitam. São pessoas que possuem doenças graves, que precisam de tratamento diário. Por exemplo, uma pessoa que faz hemodiálise precisa fazer o tratamento todos os dias ou vários dias da semana. Algumas pessoas têm dificuldade com esse custo, de fazer esse deslocamento, e a pessoa acaba sofrendo”, destacou.

Ele agradeceu também o repasse do governo federal, que foi de R$ 12 milhões neste ano para o transporte coletivo. “Agradeço o presidente Bolsonaro, que percebeu a situação do transporte. O governo federal viu toda a situação e fez um repasse de suma importância. Tomara que o novo governo também tenha essa sensibilidade, para que a gente possa manter o sistema equalizado”, declarou Cortez.

O texto da nota enviada pela assessoria de imprensa da TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) diz o seguinte: "A Concessionária aguarda a CMTU esclarecer a composição da planilha tarifária que chegou ao referido valor, uma vez que não foi consultada a respeito." A Londrisul informou por meio de sua assessoria que não vai se pronunciar.

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