O HU (Hospital Universitário) de Londrina apresenta 93% de lotação dos leitos gerais de UTI e 70% de ocupação dos leitos de UTI destinados exclusivamente ao atendimento de pacientes de Londrina e região com suspeita ou confirmação de Covid-19. As informações foram repassadas no início da tarde deste sábado (25) pela superintendente do HU, Vivian Feijó. O hospital possui 41 leitos de UTI geral e 80 leitos de UTI Covid-19.

O pronto-socorro do Hospital Universitário permanece superlotado. Com o fechamento do PS do Hospital Evangélico de Londrina após o atendimento de um paciente com confirmação de Covid-19, a direção do HU busca medidas para garantir a segurança da equipe e evitar um possível surto da doença entre os colaboradores e pacientes. Na manhã deste sábado, o pronto-socorro estava com 68 pacientes no espaço destinado a 48 leitos.

Por meio de ofício encaminhado no final da tarde às autoridades de saúde, a direção do HU reforçou a necessidade do cumprimento do Plano de Contingência ao enfrentamento da Covid-19 em Londrina. Pelo acordo, o Hospital Universitário atenderia apenas casos de suspeita ou confirmação do novo coronavírus, além de pacientes que necessitam de atendimento especializado oferecido somente pelo HU, referência na assistência em gestações de alto risco, casos de queimaduras graves e transplantes, por exemplo.

Mesmo com o prazo de 24 horas mencionado no documento para que apenas casos de urgência e emergência sejam levados ao HU, 25 pacientes foram encaminhados ao PS entre a noite desta sexta-feira e a madrugada de sábado.

Conforme a superintendente do hospital, Vivian Feijó, o número de pacientes levados diariamente ao hospital triplicou nesta semana.

“Nos últimos três dias, nós atendemos mais de 150 novos pacientes no nosso pronto-socorro. É uma demanda muito alta e que acende um sinal de alerta para a rede de urgência e emergência. Esses casos se somaram com a demanda de atendimentos de suspeitos de Covid-19 com quadros moderados e graves. Para prevenir a organização do processo de trabalho no nosso PS, fizemos o documento para que ficasse oficializado junto às autoridades a situação de superlotação do pronto-socorro do HU. Temos que proteger o PS do HU para que nós não sejamos os próximos a passar por um surto da doença. Se houver um surto no HU, nós não vamos ter para onde escoar toda essa demanda”, frisou.

A intenção do hospital é garantir as condições mínimas para preservar a saúde das equipes que realizam os atendimentos, proteger os pacientes internados com suspeita e confirmação de Covid-19 e garantir a segurança dos pacientes que não possuem sintomas da doença, mas que necessitam de atendimento especializado no hospital.

“Temos uma capacidade limitada de leitos e de recursos humanos. Quando a superlotação acontece, você aumenta a chance de novos surtos em outras instituições. Neste momento em que o Hospital Evangélico está fechado por cinco dias, nós colocamos em risco as outras instituições e hospitais de retaguarda.”

Para Feijó, é necessária uma reorganização da rede de saúde no município. “Ações paralelas devem ser propostas para que os hospitais terciários consigam dar a retaguarda na rede de urgência e emergência. Estamos sobrecarregados pela ausência do Hospital Evangélico. É um hospital de alta relevância na rede de urgência de alta complexidade”, concluiu.

A previsão é que o pronto-socorro do Hospital Evangélico retome os atendimentos na segunda-feira. Antes mesmo da interrupção dos encaminhamentos ao HE, a Santa Casa de Londrina já apresentava superlotação no PS. Na manhã deste sábado havia 32 pacientes no espaço destinado a oito.