O campus de Londrina da UTFPR (Universidade Federal Tecnológica do Paraná) promoveu uma feira de estágios para aproximar os estudantes da instituição de diversas empresas dos mais variados ramos. O objetivo da feira, realizado na quinta-feira (21) foi ampliar a gama de opções dos alunos, mostrando as diversas possibilidades de atuação, assim como já inserir os estudantes no mercado de trabalho por meio do estágio.

Fabiano Galão, coordenador do curso de engenharia de produção da UTFPR e um dos organizadores da feira, explica que muitas empresas buscam a instituição com a oferta de estágios em diversas áreas, então a feira foi uma forma de aproximar essas vagas dos estudantes durante a semana acadêmica dos cursos. “Aqui eles podem ter contato direto com o pessoal do RH, conhecer os produtos, as políticas de contratação, fazer o cadastro para as vagas e até mesmo degustar alguns produtos”, ressalta.

O coordenador frisa que o estágio acadêmico é fundamental na vida dos estudantes, já que é uma forma de colocar em prática o que eles aprendem em sala de aula, além de vivenciar uma situação real de emprego. “O estágio é um grande desenvolvedor das competências dos alunos no sentido de aprimorar as habilidades dele enquanto ele ainda está estudando”, pontua. Essa vivência do estágio, segundo o professor, permite que os estudantes consigam desde cedo conquistar o seu espaço no mercado de trabalho, assim como ter uma renda extra por meio da bolsa.

Dinamismo e aprendizado

Isabelle Paccagnan, head de desenvolvimento da empresa Litz Estratégia e Marketing, empresa focada na consultoria de empresas, explica que eles estão em busca de estagiários do curso de engenharia de produção. “O que a gente espera são pessoas dinâmicas e que têm vontade de aprender de tudo um pouco”, afirma. O processo seletivo para aplicar para uma das vagas começa com o envio de um currículo e entrevistas presenciais com a equipe. Segundo ela, quem não for chamado de primeira fica registrado no banco de dados da empresa e pode conseguir uma oportunidade nas próximas seletivas.

O supervisor de recursos humanos da Gelprime, empresa especializada na produção de gelatinas à base de couro bovino, estava com uma vaga disponível de estágio na área de manutenção, que pode ser ocupada por estudantes das engenharias mecânica e de produção. “Estamos buscando estagiários que cresçam junto conosco. Algumas oportunidades vão aparecer conforme o tempo, então existe a vontade de que eles [estagiários] fiquem com a gente depois”, afirma. O valor da bolsa paga aos estagiários está passando por uma reformulação, mas a vaga conta com transporte gratuito e restaurante dentro da empresa.

Paulo Martins, coordenador de engenharia da Geo Biogás, explica que quase 100% dos estagiários da empresa, especializada na produção de biogás a partir da vinhaça, são registrados após o fim do contrato de estágio. Segundo ele, a expectativa é de abrir novas vagas a partir do início de 2024, sendo que os estudantes interessados devem passar por um teste seletivo que inclui a aplicação de provas. Na empresa, os selecionados vão cumprir no máximo 30 horas de estágio por semana e recebem, além da bolsa, um vale transporte.

“A minha vontade é começar como estagiária"

No finalzinho do curso de tecnologia em alimentos, Miriane Ranieri está em busca de um estágio na área para já ter experiência no mercado de trabalho quando se formar. Segundo ela, o estágio é uma forma de complementar o que é ensinado dentro de sala de aula. “Na universidade, a gente tem a oportunidade de errar e lá [no estágio] a gente tem que aprender a contornar os erros, que é quando a gente aprende”, explica. A estudante se interessa mais pela área de controle de qualidade dos alimentos e microbiologia, mas as disciplinas do curso permitem que ela também atue na área de cosméticos, que foi uma das oportunidades que mais chamou sua atenção durante a feira. “A minha vontade é começar como estagiária, conseguir me destacar e ser efetivada”, afirma.

No terceiro período de engenharia de materiais, Maria Heloisa Batilana conta que uma das coisas que mais achou interessante foi a flexibilidade de horário das empresas, o que para ela é importante já que o curso é integral. A estudante admite que tem vontade de atuar na área de fontes renováveis de energia. “A nossa energia hoje em dia está muito escassa porque a maior parte vem da água, das hidrelétricas, então eu planejo estudar um material que possa baratear a energia solar para um futuro assim”, pontua.

Também estudante de engenharia de materiais, Manoel Oliveira da Silva conta que a expectativa é de se formar no final do ano que vem e que, por isso, já se candidatou para duas oportunidades de estágio, que só vai saber se foi um dos selecionados na semana que vem. “Aqui [universidade] a gente vê um pouco de prática nos laboratórios, mas é no estágio que você aplica tudo isso”, opina, acrescentando que a troca de experiências com outros profissionais também pode contribuir para o desenvolvimento das habilidades.

“Tem muita coisa que você não tem como aprender na teoria"

Marcelo Yanagida está no quarto período de engenharia de materiais e está de olho em oportunidades na área da indústria dos componentes mecânicos, que é o que ele tem mais afinidade. Por conta da carga horária alta de disciplinas que ele escolheu para esse semestre, o estudante conta que já está procurando vagas, mas que o objetivo é começar a estagiar no ano que vem. “Tem muita coisa que você não tem como aprender na teoria, a mentoria dos professores e os projetos de extensão ajudam, mas uma experiência real em um trabalho real é mais importante do que qualquer outro simulacro”, pontua.

No quinto período de engenharia ambiental, Bruna Angelini Martins Rosa conta que já passou pela Empresa Júnior da UTFPR, mas que quer um estágio para ganhar mais experiência e poder se dedicar a trabalhar em alguma área específica. A jovem diz que está aberta a possibilidades e considera muito importante sair da universidade já com experiências no mercado profissional.