Campinas, SP, 29 (AE) - Os resíduos da produção de ferro-gusa em siderúrgicas agora podem deixar de contaminar o meio ambiente para ganhar aplicações mais nobres. Misturados à fibra de vidro, transformam-se em painéis leves pré-moldados para paredes internas ou externas, utilizadas na construção civil.
A mistura de escória siderúrgica com a fibra de vidro foi obtida após três anos de pesquisas na Politécnica da Universidade de São Paulo, USP (http://www.pcc.usp.br), por uma equipe de dois pesquisadores, três doutorandos e um mestrando, liderada por Vahan Agopyan e Vanderley Moacyr John. O projeto de pesquisa é uma parceria entre a USP, a Companhia Siderúrgica de Tubarão e a Owens Corning, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos, FINEP (http://www.finep.gov.br), e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP (http://www.fapesp.br).
"Com o uso de sulfatos e tratamentos térmicos, que funcionam como ativadores, conseguimos obter uma mistura de escória não agressiva à fibra de vidro e, assim, produzir um material mais resistente e moldável conforme o uso", explica Agopyan. A escória misturada ao cimento comum já é usada, em alguns casos. Mas esta nova tecnologia dispensa o cimento comum, que era incompatível com a fibra de vidro.
O novo material aumenta o índice de reaproveitamento da escória e diminui o custo e o consumo de energia, além de aumentar as possibilidades de design de fachadas e divisórias, permitir o uso de isolantes térmicos e de pigmentos que dispensam a renovação da pintura. O nome do novo material é E-GRS, sigla, em inglês, de Cimentos de Escória Reforçados com Fibra de Vidro. A pesquisa, agora, está em fase de estudos de mercado. Maiores informações na homepage E-GRS (http://www.pcc.usp.br/pesquisa/grs), pelo email [email protected] ou o telefone (0--11) 8185223.