Universitários suspeitos de integrar grupos nazistas são investigados em Foz do Iguaçu
A Polícia cumpriu seis mandados judiciais contra o trio, que compartilhava conteúdo de ódio na internet
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 11 de julho de 2023
A Polícia cumpriu seis mandados judiciais contra o trio, que compartilhava conteúdo de ódio na internet
Douglas Kuspiosz - Especial para a FOLHA
A PCPR (Polícia Civil do Paraná) investiga três universitários de Foz do Iguaçu (Oeste) por suspeita de envolvimento com grupos nazistas na internet. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e três de monitoração eletrônica na segunda-feira (10).
As investigações começaram após a Polícia Civil ter acesso a prints de conversas e postagens feitas por um dos acusados em um grupo da faculdade. As mensagens podem ser classificadas como conteúdo de ódio, segundo a polícia.
De acordo com o delegado Rodrigo Souza, responsável pelas investigações, em uma análise preliminar dos celulares apreendidos foram encontrados conteúdos “de nazismo, racismo e outros crimes”.
A FOLHA teve acesso a duas imagens encaminhadas pela Polícia Civil. Na primeira, são vistas três pessoas, que não são os investigados, vestindo roupas da Ku Klux Klan, um movimento supremacista branco dos Estados Unidos. Na outra, é possível ver que o papel de parede do computador de um dos acusados é uma imagem do Massacre de Columbine, que ocorreu em 1999, também nos Estados Unidos, quando dois alunos invadiram a escola Columbine High School e mataram 13 pessoas.
O delegado explica que os suspeitos utilizavam programas para mascarar o IP dos dispositivos eletrônicos - como celulares e computadores - para acessar grupos de disseminação de ódio na internet. A tendência é que a perícia dos aparelhos traga mais informações para o trabalho policial.
ATUAÇÃO
De acordo com o delegado, o início da investigação foi para impedir um ataque semelhante ao que aconteceu em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), por exemplo, mas que “não parece que eles fazem parte de algum núcleo operacional”. “Mas eles compartilham conteúdo de ódio, então eles podem fomentar alguém que tenha essa ideia [de ataque]”.
As investigações, segundo Souza, começaram há cerca de dois meses, e agora continuam para “verificar possíveis vínculos com outros grupos”. O inquérito deve ser concluído em 30 dias. A princípio, os universitários podem responder por associação criminosa e apologia ao nazismo e racismo.
DENÚNCIAS
O delegado, que está à frente da Delegacia do Adolescente Infrator, afirma que todas as denúncias recebidas são apuradas e que, nesse período de “pandemia de denúncias de ataques a escolas”, já foram cumpridos mais de dez mandados de busca domiciliar.

