O movimento de greve entre os professores universitários do Paraná ganhou corpo nesta semana. Nesta quarta-feira (10), docentes da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) e da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná) aprovaram a adesão à paralisação e cruzam os braços a partir de segunda-feira (15).

As instituições se juntam à UEL (Universidade Estadual de Londrina), em greve desde o dia 8, e à Unioeste (Universidade Estadual do Oeste) e à Unespar (Universidade Estadual do Paraná), que aprovaram a paralisação na terça-feira (9), com início também na próxima segunda.

Docentes da UEM (Universidade Estadual de Maringá) votam se deflagram ou não greve nesta quinta-feira (11); a Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) deve ter assembleia na próxima quarta-feira (17).

A deflagração da greve nas universidades aponta para um movimento unificado nas IEES (Instituições Estaduais de Ensino Superior). A categoria cobra uma reposição salarial da ordem de 42%, referente à data-base acumulada nos últimos sete anos.

Até o momento, o governo do Estado sinalizou com um percentual de 5,79%, a ser pago a partir de agosto, o que não agradou docentes. Além disso, as entidades sindicais pedem a abertura de uma mesa de negociação com a administração estadual.

Manoel Moabis, da diretoria Sinduepg, afirma que a decisão na UEPG foi unânime e que é a hora “de dar um base à defasagem salarial de 42%”. “Desde 2016 o governo não dá um centavo para os trabalhadores, e essa é a hora de a gente se mobilizar e tentar abrir um canal de diálogo com o governo”, afirmou. “Dessa forma, a gente espera que o governador Ratinho Jr. inicie seu processo de negociação, mobilize o governo do Estado, especialmente tentando respeitar as universidades estaduais.”

CALENDÁRIO

Nesta quarta-feira, a direção do Sindiprol/Aduel divulgou, junto do Comando de Greve, uma nota pedindo a convocação urgente do Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) para deliberar sobre a suspensão do calendário acadêmico. No texto, o sindicato afirma que, após reunião na terça com a reitoria, foi apresentado um rito para a convocação do conselho, o que exigiria, primeiramente, parecer jurídico, pareceres das três pró-reitorias acadêmicas e, após isso, convocação das câmaras para apreciação e deliberação. No entanto, o Sindiprol/Aduel ressalta que a convocação extraordinária para reunião do Cepe “não passa por esse caminho burocrático”, como já aconteceu em outras situações, segundo a entidade.

“Como exemplo, basta resgatar como ocorreu a suspensão do calendário na última greve na UEL. No dia 5 de julho de 2019, três dias após deflagração de greve, o Cepe aprovou a suspensão do calendário acadêmico da graduação após pedido do Sindiprol/Aduel para convocação de reunião do órgão”, diz o texto.

O sindicato reforça o pedido para convocação do Cepe e afirma que a deliberação sobre a suspensão do calendário “é um ato político e administrativo extremamente importante, tendo o seu alicerce na autonomia universitária”. “Portanto, criar ritos burocráticos não previstos regimentalmente durante esta greve apenas servem para embaraçar a luta legítima dos docentes da UEL e afetar a vida acadêmica dos estudantes”, completa a nota.

UEL

Os professores da UEL voltam a se reunir em assembleia nesta quinta-feira, quando vão deliberar se a greve continua ou não na instituição. O encontro será no Anfiteatro Cyro Grossi (Pinicão), no CCB da UEL, a partir das 13h30.

(Atualizado às 21h45)