São Paulo, 05 (AE) - O Unibanco, terceiro maior banco do País, com três milhões de correntistas, vai oferecer aos seus clientes acesso gratuito à Internet a partir da segunda quinzena deste mês. A grande novidade em relação ao Bradesco, que lançou esse serviço em meados de dezembro, é que a Internet do Unibanco não terá limite de horas. Hoje, um pacote deste tipo com um provedor de acesso convencional custa cerca de R$ 35,00 fora das promoções. Mas o cliente do Unibanco terá que solicitar em outros sites um e-mail gratuito.
Essa é apenas a primeira das iniciativas que a nova diretoria de Internet do Unibanco, chefiada por Carlos Cesar Ruiz, reserva para 2000. O orçamento deste ano é de R$ 50 milhões. "Menos da metade disso foi gasto no ano passado", afirmou Ruiz. Até setembro de 1999, as atividades de Internet do Unibanco estavam dispersas para garantir agilidade, segundo Ruiz. Hoje ele responde diretamente ao Conselho de Administração do banco.
A expectativa de Ruiz é que 600 mil correntistas estejam utilizando o serviço de acesso gratuito à Internet até o final deste ano. Nesse número estão inclusos os 280 mil clientes que já utilizam o Micro 30 horas e o Internet banking, os que estão ainda ausentes dos serviços eletrônicos e novos correntistas que serão atraídos pela oferta.
Inicialmente o serviço será ofertado na cidade de São Paulo, com investimentos de R$ 3,5 milhões. Até a segunda quinzena de março o Estado todo deve estar atendido e em meados de maio o projeto nacional poderá estar concluído. Em São Paulo, o Unibanco fez uma parceria com a Telefônica para utilização da rede IP (Internet Protocol), como o Bradesco.
A diferença é que o Unibanco solicitou à Telefônica um número exclusivo - 33550030, para São Paulo. Discando esse número, o interessado será jogado para uma página intermediária do Unibanco para responder se já é um correntista. No caso afirmativo, será transferido para a homepage do Unibanco. Digitando a agência, conta e senha ganhará acesso livre à rede mundial.
Para Ruiz, ainda existem três barreiras para a popularização da Internet no Brasil: a taxa do provedor, o preço dos computadores e a tarifa telefônica. "Estamos eliminando a primeira barreira", disse. Para fevereiro ele planeja ajudar a derrubar mais uma, com o financiamento de computadores para os clientes. Em 1994, no lançamento do Micro 30 Horas, a IBM vendeu mais de 15 mil computadores em dois meses, financiados pelo banco.
Ruiz disse que a homepage do Unibanco continuará a mesma
sem parcerias de comércio eletrônico. "Nosso negócio é banco, não é conteúdo", afirmou. O lançamento da Internet gratuita integra "a terceira onda" de informatização, com foco no relacionamento com o cliente, que o banco está iniciando agora.
Na primeira onda, segundo Ruiz, o Unibanco migrou as transações para o atendimento remoto, fora da agência, mas chegou a exigir 1700 funcionários nos dois call centers, o que ainda era muito caro. Na segunda onda, veio a automatização do atendimento, com 87% das transações via telefone sendo concluídas pelos próprios clientes. Com a Internet gratuita, o objetivo não é mais tirar atividades das agências.
Nos últimos cinco anos o Unibanco investiu cerca de R$ 1 bilhão em tecnologia. A rede é composta de nove mil terminais administrativos, cinco mil caixas eletrônicos e outros 7,5 mil PCs nas agências. "Chegamos a um nível de automação, não só de economia de papel, mas demos um pulo a mais para dar suporte ao trabalho dos gerentes", disse o diretor-executivo de Informática, Élio Boccia. "A infra-estrutura de Internet do banco teve que ser capacitada para receber o novo volume esperado com o acesso gratuito", afirmou.

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