Kanungu, Uganda, 02 (AE-AP) - Autoridades ugandenses pediram hoje (02) para que a população orasse pelas mais de 900 pessoas mortas pelos líderes da seita apocalíptica "Restauração dos Dez Mandamentos de Deus". Ontem, o governo solicitou apoio internacional para ajudar na captura dos fanáticos.
"Acredito que eles estão vivos, todos têm de nos ajudar a capturá-los", disse a vice-presidente Speciosa Kazibwe. Segundo informações da mídia ugandense, os líderes da seita fugiram do país com os pertences de seus seguidores.
Centenas de corpos estrangulados e esfaqueados foram encontrados em prédios pertencentes ao culto. A cifra total de vítimas subiu hoje para 924. A polícia, acusada de utilizar presos inexperientes para encontrar os corpos, anunciou hoje a suspensão por tempo indeterminado dos trabalhos de busca até que disponha de equipes especializadas.
Com esse balanço, ainda provisório, a "Renovação dos Dez Mandamentos de Deus" se tornou a seita que mais deixou seguidores mortos até hoje, após o caso da Guiana francesa, em que 912 homens, mulheres e crianças - manipulados pelo "reverendo" Jim Jones - morreram, em uma cerimônia de suicídio e assassinato coletivo, no dia 18 de novembro de 1978.
Hoje, centenas de residentes locais, inclusive parentes das vítimas, estiveram presentes à celebração ecumênica na aldeia onde foram descobertos os primeiros 500 corpos entre os escombros de um templo incendiado.
Líderes católicos, muçulmanos e protestantes junto com funcionários do governo, entre eles Kazibwe, oraram e depositaram flores na igreja queimada de Kanungu.