Curitiba - O Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) no Paraná convidou dois técnicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para participar do projeto e trabalho de recuperação da ponte sobre a represa Capivari/Cachoeira, na BR-116. Especialistas do Centro de Desastres da UFPR vêm analisando os problemas na ponte que ruiu e na que está intacta desde o acidente, que aconteceu no último dia 25 de janeiro. Eles têm sido os maiores críticos em relação à situação do maciço de terra que desbarrancou, que também suporta a ponte por onde está passando todo o tráfego.
''Pedi à universidade um especialista em geotecnia e outro em pontes. Queremos que eles acompanhem o trabalho que estamos fazendo e como são professores da área podem participar e até nos trazer alguma coisa boa'', explicou o coordenador do Dnit no Paraná, Rosalvo Gizzi. O engenheiro civil e professor da UFPR, Mauro Lacerda, que vem fazendo vários alertas para a situação do local, afirmou que vai aceitar o convite.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) continua com viaturas próximas ao local permanentemente, caso aconteça alguma emergência. As balanças que vão ser usadas para evitar que caminhões acima de 45 toneladas passem pela ponte intacta ainda não estão funcionando. O inspetor da PRF, Adriano Furtado, disse que os trabalhos no equipamento colocado no sentido São Paulo/Paraná estão quase prontos e o funcionamento já pode começar neste final de semana.
Entidades empresariais e do comércio do Paraná se reuniram ontem em Curitiba para discutir a questão da infra-estrutura de transporte no Estado. A queda da ponte foi a gota d'água para que as entidades, e até a sociedade civil, tomassem atitudes mais sérias para exigir do governo federal mais investimentos, explicou o vice-presidente e coordenador do Conselho Político da Associação Comercial do Paraná (ACP), Antonio Azevedo.
''Enquanto o porto de Santos deve receber R$ 170 milhões de investimentos do governo federal, o de Paranaguá deve receber 3,5 milhões. Apenas 20% do que o Estado exporta via aérea sai por Curitiba porque o tamanho da pista não tem capacidade para mais. Essas coisas precisam melhorar'', protestou o presidente interino da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Humberto Cabral.